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AGRO & ECONOMIA Segunda-feira, 03 de Junho de 2019, 11:57 - A | A

Segunda-feira, 03 de Junho de 2019, 11h:57 - A | A

RELATÓRIO DIVULGADO

Maioria dos usuários do cheque especial é da baixa renda

São Paulo A/E

A maioria dos usuários do cheque especial é da faixa renda mais baixa, de até dois salários mínimos, concluiu o Banco Central (BC) no Relatório de Economia Bancária, divulgado na última semana.

 

Segundo o BC, 44% dos usuários do cheque especial têm renda de até dois salários mínimos. Acima de dois salários mínimos até 5, são 33,5% dos usuários dessa modalidade de crédito. Entre mais de 5 até 10 salários mínimos, 13,8%, e acima de 10 salários mínimos, 8,8%. 

 

No relatório, o BC diz que “o cheque especial se destaca não apenas por ser um produto com taxas de juros elevadas (média de 312,6% ao ano nas operações concedidas em dezembro de 2018), mas também pelo fato de sua oferta ocorrer de forma praticamente automática nos casos de limite de crédito pré-aprovado. 

 

Segundo o BC, 44% dos usuários têm renda de até dois salários

Essas características proporcionam ao usuário maior facilidade, agilidade e conveniência de acesso, ao contrário de outras modalidades de crédito, tais como empréstimos e financiamentos, em que o processo de análise de risco e aprovação geralmente demanda maior tempo. 

 

Por outro lado, surge a dúvida se os usuários realmente internalizam, em suas decisões de tomada de crédito, os custos envolvidos nessa conveniência de acesso ao crédito por meio do cheque especial”. 

 

Na última segunda-feira (27), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o cheque especial, com seu custo alto, “penaliza mais a parte da população de renda baixa”. 

 

Ele enfatizou a importância da educação financeira para ajudar os superendividados. Os dados por escolaridade indicam que os brasileiros com ensino médio completo são os que mais usam o cheque especial (46,3%). O uso por outras faixas de escolaridade são: Fundamental incompleto, 7,5%; Fundamental completo,7,5%; Médio incompleto, 4,8%; e a partir de superior incompleto, 34%. 

 

“Os usuários com nível mais alto de escolaridade a partir de ensino superior incompleto endividam-se menos no cheque especial em relação ao total das suas dívidas no Sistema Financeiro Nacional”, diz Banco Central.