Considerada uma das modalidades de crédito mais caras, o cheque especial é amplamente usado pelo consumidor e a facilidade no acesso é um dos motivos para a frequente contratação.
Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) feita em todas as capitais revela que, a maior parte (40%) dos usuários do cheque especial tem o hábito de usar o saldo extra todos os meses.
Esse comportamento é ainda mais comum levando em conta as pessoas da classe C, D e E (48%). Outros 30% de usuários recorreram ao cheque especial a cada dois ou 3 meses e 27% pelo menos 3 vezes no ano. Segundo o levantamento, em cada 10 pessoas, duas (20%) recorreram ao cheque especial em algum momento nos 12 meses anteriores ao levantamento, percentual próximo dos 17% observados na pesquisa feita no ano passado. Para esclarecer, o cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada, oferecida pelas instituições financeiras e, geralmente, utilizada de forma automática pelo cliente quando não há saldo suficiente para cobrir os débitos em sua conta bancária.
Em média, os juros cobrados são de 320% ao ano, superiores inclusive ao cartão de crédito rotativo, segundo dados oficiais do Banco Central. Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, por causa dos juros elevados, o cheque especial só deve ser utilizado em ocasiões emergenciais e durante períodos curtos.
“É um erro incorporar o limite do cheque especial como parte da renda. Essa ilusão pode levar o consumidor a gastar mais do que o orçamento permite e ver sua dívida se transformar em uma bola de neve muito difícil de ser paga”. Entre as principais motivações para recorrer ao saldo extra, conforme a pesquisa imprevistos com doenças ou compra de medicamentos (25%) e o descontrole no pagamento das contas (25%). (Com Assessoria)