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BRASIL & MUNDO Segunda-feira, 29 de Abril de 2019, 11:04 - A | A

Segunda-feira, 29 de Abril de 2019, 11h:04 - A | A

BRASIL

Eduardo Bolsonaro vira um ‘chanceler’

Brasília A/E

Articulador de viagens presidenciais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL -SP) virou uma espécie de chanceler paralelo. O filho ‘zero três’ do presidente Jair Bolsonaro faz visitas precursoras a países alinhados e divide informalmente com o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a guinada da política externa para o eixo de nações governadas pela direita. 

 

Nas últimas semanas, ele visitou expoentes do conservadorismo europeu, como o primeiroministro da Hungria, Viktor Orbán, e o vice-primeiro ministro da Itália, Matteo Salvini.

 

Depois de um primeiro mandato na Câmara marcado pela defesa da liberação de armas e declarações consideradas polêmicas sobre o Judiciário e o Ministério Público, Eduardo diversificou sua atuação. 

 

Hoje, tem uma rotina intensa de encontros com embaixadores estrangeiros no Brasil, mas garante que o jogo é combinado com Araújo, embora cada um defina livremente sua agenda. ‘É um papel complementar. 

 

Quem toma a decisão é ele’, disse o deputado ao jornal O Estado de S. Paulo. ‘Eu sou próximo do embaixador. Se tem alguma coisa referente ao Executivo, passo para ele’, emendou. Eduardo ainda conta com um aliado que despacha próximo ao presidente Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

 

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, compõe com o deputado e o chanceler um triunvirato da diplomacia que segue o pensamento do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo. 

 

A função do deputado, porém, não se limita a de um representante do pai no exterior. Ele preside as comissões de Relações Exteriores e também a de Controle das Atividades de Inteligência no Congresso. Esta última fiscaliza as atividades de inteligência e contrainteligência desenvolvidas no Brasil e no exterior. É a única comissão do Legislativo a ter reuniões secretas, por abordar questões que podem colocar em risco a soberania nacional. 

 

Convites de governos estrangeiros não param de chegar ao gabinete da Comissão de Relações Exteriores. (Estadão)