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CIDADES Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019, 12:30 - A | A

Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019, 12h:30 - A | A

FILA DE ESPERA MT

Em MT, 83 crianças e adolescente aguardam por adoção e há 934 casais à espera

Karollen Nadeska, da Redação

Dados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso mostraram que no Estado existem 83 crianças e adolescentes na fila de adoção. Entretanto, o que chama atenção é o número de pretendentes aptos para adotá-los, que praticamente mais que triplicou, comparado ao número dos menores a espera de um lar. Atualmente 934 casais estão em busca de um novo membro familiar.

 

Na tentativa de reduzir esse montante e minimizar os impactos emocionais para esses menores, que aguardam ansiosamente por um novo lar, o TJ - por meio da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) -, desenvolveu um trabalhado integrado para criação de campanhas de incentivo a adoção.

 

Segundo a juíza auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, Edleusa Zorgetti Monteiro, 65 comarcas estão envolvidas nesse projeto, que se responsabilizam por 80 instituições de acolhimento espalhados por todo território mato-grossense.

 

“É uma campanha tanto da Corregedoria quanto dos juízes que estão nas comarcas, para que as pessoas que estão cadastradas busquem fazer a adoção”, explica.

 

Visando a mudança dessa realidade, a Ceja produziu um relatório de acompanhamento dessas campanhas. Duas delas são consideradas mais eficazes, a “Família Acolhedora” e o “Busca Ativa – uma família para amar”.

 

Nos últimos dois anos o Ceja decidiu o futuro de 269 menores em situação de abandono. Todos foram reintegrados às suas famílias de origem ou substitutas, como o caso do pequeno “João”.

 

Depois de anos na fila de adoção e ter visto seu sonho de se tornar mãe novamente, interrompido no sexto mês de gestação, a jornalista Kéka Weneck, viu sua rotina mudar completamente há 4 meses com a chegada do filho adotivo.

 

“É uma experiência muito rica. Ele [João] trouxe muita alegria para minha casa, muita felicidade. A gente acredita mesmo que um filho precisa mesmo de cuidado, de amor, de orientação”, contou emocionada.

 

A mãe adotiva relata a importância do gesto adotivo para sua família que vivenciou dias difíceis devido ao aborto espontâneo.

 

“Abraçar essa criança para um ambiente familiar é muito importante para ela. Porém, a minha família também considera isso muito importante, a chegada dele, e também acolheu ele muito bem”, disse.

 

Em relação a demora no processo, a magistrada cita o grande imbróglio em destravar a fila de espera. A resposta está nos perfis que os casais buscam.

 

“O perfil que eles mais buscam são crianças de 0 a 5 anos. A preferência é mesmo uma questão de idade”, afirma a Zorgetti.

 

A secretária-geral da Ceja-MT, Elaine Zorgetti, que cuida da parte administrativa da adoção, explica o passo a passo de como funciona o processo.

 

“Uma pessoa que busca adotar uma criança ou adolescente deve procurar a Vara da Infância e Juventude da sua comarca, do seu domicílio. Lá ela vai preencher uma ficha, colocar todos os seus dados necessários, e anexar a documentação necessária para ingressar com pedido de habilitação e adoção. Aí terá o trâmite normal e a pessoa irá ficar devidamente habilitada para adotar”, complementa.