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AGRO & ECONOMIA Segunda-feira, 13 de Maio de 2019, 13:15 - A | A

Segunda-feira, 13 de Maio de 2019, 13h:15 - A | A

STARTUPS BRASILEIRAS

Investimento em startups brasileiras cresce 51% em 1 ano

São Paulo A/E

Por trás das startups mais valiosas do Brasil, há um grupo de investidores com muito dinheiro no bolso e pouco medo de errar. Reunidos em fundos de investimentos, eles são especializados em garimpar ideias que podem virar negócios bilionários, como Nubank, Movile, Stone, 99, PagSeguro e Gympass - empresas brasileiras que se tornaram unicórnios por ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado. Desde 2011, quando a onda do empreendedorismo digital começou a decolar no país, eles aportaram quase R$ 13 bilhões por aqui.

 

Só no ano passado, os fundos - chamados de venture capital - investiram US$ 1,3 bilhão (R$ 5,1 bilhões): volume 51% superior ao de 2017, segundo dados da Associação Latino-americana de Private Equity e Venture Capital (Lavca, na sigla em inglês). 

 

O montante representou 65% de todos os investimentos feitos na América Latina. Os números devem continuar em alta este ano. Em meados de março, a gigante japonesa Softbank anunciou o lançamento de um megafundo de US$ 5 bilhões (R$ 19,8 bilhões) para investir em startups na região.

 

A expectativa é de que parte dos recursos seja alocada em empresas brasileiras. 

 

Empresas brasileiras se tornaram unicórnios por ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado

Esse apetite faz parte de um movimento iniciado nos últimos anos por fundos como monashees, Kaszek, Redpoint eVenture, Valor Capital e 500 Startups. Na linha de frente desses fundos estão ex-executivos de grandes empresas, diplomatas e empreendedores que venderam seus negócios e são agora investidores. 

 

A lista inclui o fundador do Buscapé, Romero Rodrigues; os ex-Mercado Livre Hérnan Kazah e Nicolás Szekasy; o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel; e o herdeiro da família que controla o grupo Ultra, Fabio Igel. Eles integram o time dos principais “caçadores” de unicórnios do país. 

 

A lógica de investimento deles é diferente da aplicada por outros fundos de mercado. Com maior apetite ao risco, investem quantias entre R$ 100 mil e R$ 300 milhões em várias empresas ao mesmo tempo. Eles sabem que a maior parte delas vai ficar pelo meio do caminho, mas aquelas que “vingarem” vão compensar os fracassos. 

 

A venda da 99 para a chinesa Didi, por exemplo, rendeu a investidores retorno de 60 vezes o montante aplicado. O valor do negócio foi de quase US$ 1 bilhão. “Investir em startups é pensar no que pode dar certo. Quanto mais nova, mais você precisa focar no time e no sonho”, afirma Anderson Thees, sócio do fundo Redpoint eVentures - que investe em startups como Viajanet, Gympass e Resultados Digitais.

 

Segundo ele, a estratégia é bem diferente de investir numa empresa madura, na qual o foco está no negócio em si, no histórico e em como ela foi construída. 

 

“É futuro versus passado”. Também não é fácil encontrar uma ideia capaz de virar um unicórnio. A sócia do fundo americano 500 Startups, Bedy Yang, conta que todo ano avalia 5 mil empresas no mundo para investir. 

 

A taxa de aceitação é de apenas 1%. O fundo tem duas mil companhias no portfólio, sendo 10 unicórnios. No Brasil, já investiu em 40 startups e ainda não saiu de nenhuma.