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POLÍCIA Quinta-feira, 20 de Junho de 2019, 21:45 - A | A

Quinta-feira, 20 de Junho de 2019, 21h:45 - A | A

ABSOLVIDA

Justiça de MT inocenta mãe que matou dois filhos; um morreu de fome e o outro asfixiado

Foto: João Vieira/Arquivo Gazeta

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Mãe acusada de matar filha de 23 dias de vida é absolvida em júri popular. Juliana Jesus Miranda da Silva, 32, teria enforcado a recém-nascida após se irritar com choro da criança.

 

Crime aconteceu em 2008 e em 2016 ela foi condenada a 16 anos de prisão. Porém, defesa conseguiu anular o julgamento. Em junho de 2008, Juliana e a filha se hospedaram em um hotel, no bairro Alvorada, em Cuiabá. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), por volta das 22h a bebê começou a chorar sem parar.

 

Cerca de duas horas e meia depois, Juliana a pegou pelos braços, jogou na cama e apertou seu pescoço até matá-la e voltou a dormir. Quando acordou, por volta das 6h da manhã, ligou para o pai da criança que estava em outra cidade. Ele chegou no hotel 12 horas após o crime e encontrou a filha morte. Imediatamente acionou a polícia, mas Juliana já havia fugido. 

 

Após ter o primeiro júri popular cancelado, a acusada voltou ao banco dos réus, na manhã de terçafeira (18). Sua defesa informou que ela manifestou o desejo de permanecer em silêncio e não ser interrogada. MPE que inicialmente manifestou pela acusação de Juliana, sustentou a tese de “absolvição, por não constituir o fato infração penal”. 

 

A mesma linha foi seguida pela defensora pública responsável pela defesa da ré. Após cerca de 3 horas de debates, o Conselho de Sentença anunciou pela absolvição da acusada. 

 

Antecedentes 

 

Em agosto de 2002, Juliana teve seu primeiro filho, o qual morreu em 2005, na cidade de Barão de Melgaço 113 km ao sul de Cuiabá). 

 

Ela teria abandonado o menino com 3 anos de idade e sozinho, sem alimentação e cuidados, ele acabou morrendo. Por isso, Juliana responde pelo crime de abandono de incapaz.

 

Nessa época, a acusada já estava grávida do segundo filho. Em 2006, se mudou para Cuiabá, para morar e trabalhar no hotel, onde em 2008, teria matado a filha de 23 dias de nascida. (Reportagem de Elayne Mendes)