O cabo Gerson Correa entregou à Polícia Civil um pendrive com supostas ligações telefônicas que podem comprovar definitivamente o esquema de grampos ilegais em Mato Grosso que ficou popularmente conhecido a "grampolândia pantaneira". A informação foi repassada ao Bom da Notícia por uma fonte, que pediu sigilo da identidade.
Ainda de acordo com a fonte, Gerson também entregou aos delegados que investigam o caso um dispositivo chamado hardlock - que parece com um pendrive -, e que teria servido para instalação das placas de sistema que supostamente viabilizaram as interceptações telefônica ilegais.
“Gerson repassou os materiais como tentativa de fechar um acordo de delação premiada, para amenizar sua pena no caso dos grampos ilegais”
Gerson repassou os materiais como tentativa de fechar um acordo de delação premiada, para amenizar sua pena no caso dos grampos ilegais.
Ele é apontado pela investigação como o responsável por operar as escutas ilegais no Estado, que teria interceptado advogados, jornalistas, juízes e adversários políticos do ex-governador Pedro Taques (PSDB). Gerson afirma que os grampos foram feitos a mando de Taques e de seu primo, o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques.
Em seu reinterrogatório, no mês passado, o cabo da PM deu mais detalhes de como funcionava o suposto escritório clandestino da grampolândia, citando, inclusive, a participação de promotores do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na prática conhecida como "barriga de aluguel" - quando os dados telefônicos de uma pessoa são inseridos em uma investigação sem que ela tenha relação com o caso.
Atualmente os grampos ilegais são investigados pelos delegados Jannira Laranjeira Siqueira Campos, Luciana Batista Canaverde e Rafael Mendes Scatolon.