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POLÍTICA Terça-feira, 20 de Agosto de 2019, 11:26 - A | A

Terça-feira, 20 de Agosto de 2019, 11h:26 - A | A

'GRAMPOLÂNDIA'

MP vai investigar sumiço de placa usada em arapongagem

Wellyngton Souza/Marcio Camilo - O Bom da Notícia

O procurador-geral do Ministério Público Estadual (MPE), José Antônio Borges, afirmou na manhã desta terça-feira (20), durante manifestação contra o Projeto de Lei que trata dos crimes de abuso de autoridade cometidos por agentes públicos, na Assembleia Legislativa (ALMT), que pode ser aberto um inquérito para investigar o paradeiro das placas Wytron, equipamento utilizado no caso das escutas telefônicas conhecidas como 'Grampolândia Pantaneira', cedidas pelo MPE à Secretário de Segurança Pública (Sesp).

 

De acordo com o procurador, o valor total do equipamento está avaliado em R$ 34 mil e ressaltou que não estão mais em posse do Ministério Público.

 

"A partir do momento que um patrimônio simplesmente desaparece é preciso abrir um inquérito para investigar o paradeiro. As placas foram entregues para a Sesp e agora fica a pergunta: onde estão as placas? Não pode ser que meramente foram descartadas. Caso não apareça, é cabível de abrir uma ação de improbidade administrativa", ressalta. 

 

O secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamente, afirmou que está sendo realizada uma força-tarefa, buscando o rastro, "puxando o fio da meada", para saber quem de dentro da secretaria recebeu o termo de cessão de uso destas placas. Bustamente reconhece que assinou o documento há 11 anos, quando era secretário-adjunto do setor de Estratégia e de Inteligência da pasta. Mas que há uma diferença entre o termo de aquisição e o recebimento literal do produto. 

“A gente está procurando ainda, assim como o Ministério Público está também, o recibo de encaminhamento. Temos que ver a cadeia de domínio para saber onde é que está. A gente aguarda do Ministério Público o recibo de entrega para vermos quem recebeu tomar as devidas providências". 

 

As placas eram utilizadas originalmente pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) para interceptações telefônicas com autorização judicial

Elas deixaram de ser usadas depois da aquisição do Guardião, o sistema que é utilizado até hoje pelo grupo. 

 

O equipamento teria chegado às mãos do cabo Gerson Corrêa, responsável por operar o escritório que grampeou supostamente pessoas de interesse do grupo do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques e do ex-governador, Pedro Taques.

 

Essas interceptações feitas por meio do esquema chamado de “barriga de aluguel”, teriam ocorrido entre as eleições de 2014 e o final de 2015.