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AGRO & ECONOMIA Quarta-feira, 21 de Agosto de 2019, 09:26 - A | A

Quarta-feira, 21 de Agosto de 2019, 09h:26 - A | A

CONTRATAÇÃO DE CRÉDITO

Mato Grosso inicia safra com alta de 16%

Safra 2019/2020 teve início com aumento na demanda por crédito rural. Em Mato Grosso, a contratação foi 16% maior em julho, 1º mês do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), ante o valor contratado no mesmo período de 2018. O percentual de aumento é menor que o registrado a nível nacional, que foi de 23% na mesma base comparativa. No Estado, o crédito concedido somou R$ 1,5 bilhão, cerca de 9% do volume liberado no país, de R$ 16,5 bilhões.

 

Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No ano passado, em julho, as contratações de crédito pelos produtores mato-grossenses somaram R$ 1,3 bilhão. Em 2019, a alta é puxada pelos dois segmentos (agrícola e pecuário). O agrícola atingiu R$ 1,1 bilhão no 1º mês da safra 2019/2020, enquanto a pecuária contratou R$ 429,4 milhões. 

 

Agricultura segue como maior contratante de financiamento rural no Estado, com R$ 1,1 bilhão no mês passado

A agricultura segue como maior contratante de financiamento rural. Em relação a julho de 2018, quando produtores emprestaram R$ 1 bilhão, houve avanço de 4,8%. A maior parte dos recursos foi aplicada em custeio da produção, que ficou com R$ 740 milhões, levemente abaixo do ano anterior (-0,4%). A 2ª maior parcela é voltada para investimentos, que somaram R$ 253,8 milhões no início desta safra, contra os R$ 208,8 milhões de 2018 (alta de 21,5%). 

 

Wellington Andrade, diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), diz que o crescimento poderia ter sido maior, mas que os produtores não têm conseguido acessar o financiamento. 

 

“O acesso deveria ter vindo antes para a safra que começa em setembro. Mas, o governo não liberou recursos para o précusteio e o plano agrícola foi anunciado atrasado. Isso prejudicou o produtor porque ele compra insumos com preço em alta. E hoje muitos produtores reclamam que não estão conseguindo acessar o crédito porque não tem recurso disponível”. 

 

A pecuária teve alta de 60% nas contratações, subindo de R$ 267,5 milhões para R$ 429,4 milhões entre julho de 2018 e de 2019. O crescimento foi puxado, principalmente, pelo financiamento do custeio da atividade, cuja contratação subiu 62%, indo de R$ 214,7 milhões para R$ 348 milhões. O investimento saltou 19%, passando de R$ 48,3 milhões para R$ 57,5 milhões. Amado de Oliveira Filho, consultor da Associação dos Criadores (Acrimat), diz que o aumento dos investimentos é necessário para melhora da qualidade da carne produzida no Estado. “E a melhora vem com investimento em tecnologia, pastagem. 

 

E isso tende a aumentar, se não formos surpreendidos com políticas públicas que onerem mais o produtor, como o fim da Lei Kandir”, reclama. “Por outro lado, quando a atividade econômica vai buscar custeio significa que está descapitalizada. Deixa de ter capital próprio para colocar e vai buscar crédito rural para financiar a produção”, completa.

 

Fonte: Karina Arruda - A Gazeta