Com um prazo de 120 dias para investigação, a Câmara de Vereadores de Cuiabá escolheu nesta quinta-feira (03), por 10 votos contra dois, o vereador social democrata, Toninho de Souza, como relator da CPI do Paletó e como membro, o parlamentar municipal sargento Joelson (PSC). A presidência continua nas mãos do vereador Marcelo Bussiki (PSB).
Derrotando, assim, os vereadores oposicionistas Diego Guimarães(PP) que concorreu como relator e Felipe Wellaton(PV), como membro.
“Após as nomeações realizadas no Colégio de Líderes, Toninho assegurou isenção e transparência à investigação, mas adiantou que só dará início a CPI, após o fim de sua judicialização”
A escolha foi presidida por Misael Galvão(PSB), cumprindo a determinação do juiz João Thiago de França Guerra, da 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, que indeferiu o recurso interposto pelo presidente do parlamento municipal que buscava na Justiça, a suspensão da recomposição da CPI do Paletó, que apura conduta do prefeito emedebista Emanuel Pinheiro, flagrado em vídeo, quando ainda era deputado estadual, recebendo maços de dinheiro do ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Correa.
Por meio de nota enviada aos mailings dos veiculos de comunicação da capital, nesta última quarta-feira (02), o presidente da Mesa Diretora da Casa de Leis cuiabana, já teria antecipado o anúncio sobre a escolha dos dois novos membros da Comissão, dentro do que exigiu a Justiça. E ainda que a escolha sairia, igualmente, como foi exigido pelo magistrado, dentre da lista de vereadores que assinaram o requerimento que deu origem a investigação.
Após as nomeações realizadas no Colégio de Líderes, Toninho assegurou isenção e transparência à investigação, mas adiantou que só dará início a CPI, após o fim de sua judicialização. Ou seja, quando a Casa julgar que já se utilizou de todos os mecanismos jurídicos, para se contrapor à volta da CPI no parlamento.
"Não vamos aceitação ilações, mas vamos realizar o nosso trabalho. Entendendo, entretanto, que no momento de julgar será o plenário que o fará, pois cabe à Comissão apenas realizar as apurações dos fatos. E só o farei após o fim de sua judicialização".
A consulta no Colégio de Líderes, de acordo com Misael Galvão faz cumprir a determinação da Justiça. E ainda que já teria pedido a procuradoria do parlamento para que produza a Resolução para a sua publicação. Admitindo que, no entanto, a decisão da Justiça cabe recursos e que a Casa estaria, igualmente, buscando todos os que forem cabíveis, para que eles sejam protocolados no Tribunal de Justiça, como forma ainda de suspender a investigação contra o prefeito emedebista na Câmara de Vereadores.
Imbróglio
Há mais de um mês - no dia 23 de agosto -, a Justiça acatou o mandado de segurança impetrado pelo vereador progressista Diego Guimarães. O parlamentar ingressou com a ação judicial, no ano passado, alegando que os vereadores da base do prefeito, Mario Nadaf (PV), membro da CPI, e Adevair Cabral (PSDB), relator, teriam realizado uma manobra para beneficiar Pinheiro e implodir a investigação.
A CPI nasceu após viralizar nas redes um vídeo do prefeito, na época deputado estadual, sendo flagrado, recebendo maços de dinheiro, em forma de propina, do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Correa. O prefeito emedebista também foi formalmente citado pelo ex-governador Silval Barbosa - em sua delação premiada e ainda na época da CPI do Paletó -, de estar entre os deputados que recebiam 'mensalinho', como forma de não investigar os desvios milionários, comandados pelo chefe do Executivo estadual, que eram realizados nas obras da Copa em 2014.