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POLÍTICA Domingo, 03 de Novembro de 2019, 19:21 - A | A

Domingo, 03 de Novembro de 2019, 19h:21 - A | A

VLT

Depois de prefeito e do filho, agora é Wilson que pede explicação do governo sobre o VLT

Marisa Batalha - O Bom da Notícia

Reprodução

wilson santos

 

O deputado tucano Wilson Santos convocou para o dia 11 de novembro, que autoridades estaduais expliquem na Assembleia Legislativa, a respeito do Veículo Leve sobre Trilhos. A data - 11 de novembro -, foi o dia prometido pelo governador Mauro Mendes (DEM), há alguns meses, de que entregaria a conclusão do estudo técnico sobre a viabilidade ou não do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande.

 

No entanto, na última quarta-feira(30), em conversa com jornalistas, no Palácio Paiaguás, o governador democrata, ao descartar o cumprimento da data de entrega sobre os relatórios, lamentou a troca, pela terceira vez no governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), do secretário nacional de Mobilidade Urbana, obrigando a prorrogação na divulgação do estudo técnico prometido por ele.

 

A oficialização sobre uma nova data para a apresentação da conclusão dos estudos sobre o VLT foi feita pelo secretário nacional de Mobilidade Urbana e Serviços Urbanos, Ricardo Caiado de Alvarenga

Mas a oficialização sobre uma nova data para a apresentação da conclusão dos estudos foi feita pelo governo federal, na última sexta-feira (1º), pelo secretário nacional de Mobilidade Urbana e Serviços Urbanos, Ricardo Caiado de Alvarenga. Caiado prorrogou por mais 120 dias o prazo para a conclusão do levantamento sobre a viabilidade ou não do VLT, na capital e na cidade vizinha.

 

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, após nota técnica expedida pelos próprios órgãos do Ministério - de Desenvolvimento Regional e secretaria Nacional de Mobilidade Urbana -, apontando a necessidade de mais prazo para a conclusão da análise.

 

Os estudos que vêm sendo realizados pelo Grupo de Trabalho sobre o Sistema de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Cuiabá, contam com técnicos do Governo do Estado e da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana e ainda de especialistas na área das duas prefeituras.

 

As cobranças sobre o modal ganha a adesão do deputado tucano, que foi secretário de Estado de Cidades, no governo de Pedro Taques (PSDB) e seu vice-líder, na época, no parlamento estadual. Santos que faz parte da bancada de oposição a Mendes no Legislativo, se junta ao coro dos descontentes com o governo do Estado, que desde que assumiu o comando do Palácio Paiaguás, assegurou que precisaria de um ano de mandato para tomar uma decisão a respeito do VLT.

 

Como Santos, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), ainda o presidente da Câmara de Vereadores da capital, Misael Galvão(PSB) e mais, recentemente, o filho do prefeito da capital, o deputado federal petebista, Emanuelzinho Neto têm tecido duras críticas ao chefe do Executivo estadual pela demora na análise e entrega dos estudos. E ainda pelo fato de não terem sido chamados a participarem desta discussão.

 

O VLT deveria ser entregue na Copa de 2014, no Mundial de Futebol, que teve Cuiabá como uma das 12 sedes no país e já consumiu recursos superiores a R$ 1 bi, para realizar no máximo 20% do empreendimento. A obra foi financiada com recursos federais, tem dinheiro da Caixa Econômica Federal, por meio do FGTS, e está parada por conta da rescisão do contrato, mantida pela Justiça

 

Inicialmente orçado em R$ 1,477 bilhão, as obras até o momento não têm, ao menos, perspectiva de que possam ser retomadas após mais de 5 anos de sua paralisação. O projeto e a obra são ainda da gestão do ex-governador Silval Barbosa, que comprou vagões do VLT, que seguem inutilizados, em torno de R$ 500 milhões. No total, foram 40 comboios, cada um composto por sete vagões.

 

Já no governo do tucano Pedro Taques, o ex-gestor até chegou a ensaiar uma promessa de encontrar uma solução para o modal. Mas ao final de seu mandato, acabou batendo na tecla que seu governo foi inteiramente usado para consertar os erros da administração passada, como forma de avançar e que isso, definitivamente, não era fácil. Ainda, na época, Taques revelou que começar uma obra do zero era uma coisa e 'consertar uma coisa que começou errado seria outra'.

 

Estas constantes pontuações do ex-gestor tucano, jogando sempre suas dificuldades administrativas na crise econômica do país, ou no governo passado acabaram lhe conferindo a pecha de 'administrar, olhando sempre pelo retrovisor'. Taques até tentou, sem sucesso, se reeleger ano passado. Ficando, ao final, em terceiro lugar, atrás do senador Wellington Fagundes (PR), que como Taques disputou a Governadoria, mas ambos derrotados por Mauro Mendes.

 

Reprodução/Web

mAURO MENDES, Mauro Mendes

 

Pedido de Wilson

 

O pedido do deputado tucano, por meio do requerimento de nº 738/2019, foi aprovado pelos seus pares na Assembleia Legislativa. As explicações serão dadas no auditório Milton Figueiredo, na sede do Legislativo.

 

Foram convocados para explicação os secretários estaduais Rogério Gallo (Fazenda) e Marcelo Oliveira (Infraestrutura e Logística), o controlador-geral do Estado, Emerson Hideky Hayashida, o chefe do escritório de representação de Mato Grosso em Brasília, Carlos Fávaro, e o procurador do Estado Lucas Schiwinden Dallamico. Ainda foi convidado a comparecer algum representante da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, vinculada ao governo federal.

 

Críticas e muita irritação

 

As críticas que vem irritando o governador democrata Mauro Mendes sobre uma suposta demora na avaliação do modal, não vem, contudo, tendo o efeito de acelerar este processo no Estado. Pois tem dito que não fará nada sem ter absoluta segurança do que pode ou precisa ser feito quanro ao modal. Ainda lembrando que a obra já estaria parada há cinco anos e em duas gestões anteriores a sua.

 

“Vamos fazer isso no tempo necessário, com a segurança necessária. Afinal de contas, temos aí cinco anos da paralisação das obras. Eu já disse e repito, vamos tomar essa decisão à luz de informações técnicas, não vou no disse me disse. Querer, todos querem tudo, mas não vamos tomar uma decisão em cima de oba-oba”.

 

Também ressaltando que além da demora no término da obra, ainda as questões judiciais que permeiam o contrato, também existe um outro fator grave envolvendo o VLT, que é o esquema de corrupção delatado pelo ex-governador Silval Barbosa à Procuradoria Geral da República, dando conta de um amplo esquema de pagamento de propina.“É necessário que esse estudo seja feito de forma responsável, para impedir que ocorram decisões equivocadas, pois estamos falando de um projeto que envolve valores de grande monta”, afirmou Mendes.