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POLÍCIA Sexta-feira, 08 de Novembro de 2019, 12:14 - A | A

Sexta-feira, 08 de Novembro de 2019, 12h:14 - A | A

MP INVESTIGA O CASO

Contadora perde bebê em parto feito por estudantes em Cáceres

O Bom da Notícia

Contadora de 29 anos vive momentos aterrorizantes desde a morte da filha Isabelle, durante um parto prematuro realizado no Hospital São Luiz em Cáceres (MT).

 

Fernanda Schiavo, que estava grávida de seis meses, acusa o hospital de omissão de socorro e homicídio, já que sua filha morreu no dia 16 de outubro deste ano, após médicos plantonistas recusarem fazer uma cesariana.

 

Uma denúncia foi protocolada no Ministério Público Estadual, junto à 1ª Promotoria Criminal de Cáceres e está sob responsabilidade da promotora de Justiça, Ana Luíza Barbosa da Cunha.

 

Wesley Ferreira, pai da criança, contou que sua esposa foi internada no Hospital São Luiz no dia 7 de Outubro e se queixava de sangramento e outros sintomas. Mesmo diante desse quadro, a jovem foi orientada a voltar para casa, em Mirassol D’Oeste (MT), sem um diagnóstico.

 

Três dias depois, em 10 de outubro, Fernanda voltou a passar mal, com dores e novos sangramentos. A gestante foi encaminhada numa ambulância novamente ao hospital. 

 

No local, precisou aguardar por, pelo menos, uma hora pelo primeiro atendimento. E, segundo o marido, foi realizado por estudantes de medicina.

 

Com o quadro de saúde agravado, Fernanda foi internada na unidade. Aos pais, a unidade informou, na ocasião, que a gestante teve muita perda de líquido. Porém, o exame de ultrassom, que demandava urgência para avaliar as condições da bebê, só foi feito no final do dia seguinte, em 11 de outubro. O motivo era porque o equipamento é operado por equipe terceirizada.

 

Familiares tentaram transferir a jovem para Cuiabá. Mas o Hospital São Luiz se recusou a liberar a transferência, alegando dispor do exame necessário. Fernanda permaneceu na unidade sob cuidados médicos e no dia 15 de outubro começou a sentir novas dores por volta das 15. O médico plantonista foi chamado, mas, segundo a família o profissional não compareceu para atendê-la.

 

Wesley lembra que a esposa entrou em trabalho de parto por volta das 2h no dia 16 de outubro e a filha nasceu de parto normal, por volta das 7h, sob a supervisão de enfermeiros, mas sem a presença de qualquer médico. A bebê morreu em trabalho de parto. A família afirma que por várias vezes mostrou exames demonstrando que a cesárea era necessária.

 

Outro lado

 

A Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar (Pró-Saúde), administradora do Hospital São Luiz, informou que foi aberto um procedimento interno de apuração, para analisar todas as circunstâncias do atendimento prestado à paciente citada na reportagem.

 

Conforme a assessoria de imprensa, a unidade se solidariza com a perda da família e ressalta que todos os esclarecimentos serão fornecidos para a compreensão dos procedimentos adotados, bem como eventuais providências cabíveis poderão ser tomadas.

 

“Cabe mencionar que o Hospital São Luiz é referência em gestação e parto de alto risco para 22 municípios da Região Oeste do Estado Mato Grosso, incluindo o país vizinho, a Bolívia. O serviço assistencial é realizado por uma equipe multiprofissional qualificada que preza por um atendimento humanizado”, diz trecho da nota. (Com informações Agora/MT)