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POLÍCIA Quarta-feira, 29 de Dezembro de 2021, 13:45 - A | A

Quarta-feira, 29 de Dezembro de 2021, 13h:45 - A | A

TRANSTORNO BIPOLAR

Justiça decide que homem que matou e arrancou coração da tia em MT não vai à júri

O Bom da Notícia

O juiz da 2ª Vara Criminal de Sorriso, Anderson Candiotto, considerou que Lumar Costa da  Silva, de 31 anos, que matou e arrancou o coração da tia, tem transtorno afetivo bipolar tipo 1 e não possui condições de viver em sociedade. Com isso, o réu não irá a júri popular e deixa de responder pelo crime. O crime ocorreu em julho de 2019, em Sorriso (420 km de Cuiabá). 

Diante das análises, o magistrado entendeu Lumar é considerado 'iniputável'. Desta forma, o acusado não entenderia o caráter ilícito da ação.

 

“De fato, da análise dos autos, em cotejo com os elementos indiciários de prova produzidos nos autos da ação penal em apenso, tenho que o laudo pericial deve ser homologado, haja vista que estou convencido da inimputabilidade do acusado ao tempo da ação”, diz trecho da decisão.

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Maria Zélia da Silva, de 55 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, no Bairro Vila Bela, pelo sobrinho. Ele ainda levou o coração da vítima e o entregou para uma filha dela.

O último laudo psiquiátrico de Lumar, assinado pelo médico psiquiatra forense Rafael de Paula Giusti, confirmou laudo anterior. 

Em declarações durante os exames, Lumar afirmou que foi agredido verbalmente e fisicamente, principalmente pela mãe dele, durante a infância. Ele disse ainda que, por diversas vezes, a mãe o agrediu durante o banho, batendo a cabeça dele contra a parede, e que ela já chegou a quebrar dois cabos de vassoura no corpo dele.

Lumar também declarou que as ofensas eram muito comuns. A mãe dizia que "ele não era ser humano" e "que ele não prestava".

Ele também afirmou escutar "vozes do 'universo" que diziam que ele era uma pessoa escolhida por Deus e tinha "super poderes". O homem contou que foi demitido do trabalho após muitas alterações de humor e brigas com colegas de serviço.

Lumar disse que estava sob efeito de drogas e não tinha noção do que era realidade e do que era fantasia.

O caso

O sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado André Ribeiro classificou rapaz como 'repugnante, monstro e perturbado'.

De acordo com a Polícia Civil, Lumar chegou a Mato Grosso no dia 28 de junho para morar com a tia. No mesmo dia que chegou o rapaz entregou currículos na cidade. A família diz que ele é considerado uma pessoa inteligente e fala duas línguas.

No dia 10 de julho do ano passado ele prestou depoimento na Polícia Civil e, ao sair, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime. Ele confessou o crime e disse não estar arrependido.

Oito dias depois ele foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (conhecida como Ferrugem), em Sinop, a 503 km da capital. Durante a transferência, Lumar foi flagrado por um agente tentando enforcar outro preso dentro do camburão onde eles eram transportados.