Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

POLÍCIA Terça-feira, 18 de Junho de 2019, 09:43 - A | A

Terça-feira, 18 de Junho de 2019, 09h:43 - A | A

ASSEPSIA

Militares presos por facilitar entrada de celulares na PCE podem perder a patente

Rafael Medeiros - O Bom da Notícia

Com o envolvimento de três policiais militares - o tenente Ferreira, lotado no 3ª Batalhão, subtenente Ricardo e cabo Denizel, lotados na Rotam -, a Corregedoria da PM está acompanhando a operação “Assepsia”,  desde as primeiras horas desta terça-feira (18).

 

Uma equipe já esta fazendo os levantamentos necessários e reunindo as documentações para instaurar o procedimento que vai apurar a conduta dos militares envolvidos. Com o desdobramento do caso, os militares poderam ser afastados e até perder a patente.

 

Toda a dinâmica do esquema foi registrada pelas imagens da unidade prisional

Na operação, também foram detidos, o diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revétrio Francisco da Costa, o diretor-adjunto, Reginaldo Alves dos Santos. Eles são suspeitos de facilitar a entrada de celulares na PCE, já que no último dia 6, agentes penitenciários descobriram uma geladeira com 80 celulares escondidos dentro dos compartimentos. 

 

Os celulares apreendidos seriam vendidos aos presos e o lucro poderia chegar a R$400 mil.

 

Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção passiva e ainda por facilitação de entrada de celulares em estabelecimento prisional. 

 

A investigação 

 

Equipes da GCCO estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico. 

 

Diante dos fatos e da inconsistência das informações, todos os agentes penitenciários presentes foram conduzidos até a Gerência e questionados sobre os fatos. No mesmo dia, a autoridade policial determinou a apreensão das imagens do circuito interno de monitoramente da unidade, que foram extraídas por meio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

 

Por meio dos depoimentos, da análise das imagens e conteúdo de aparelhos celulares apreendidos e ainda, da realização de diversas diligências, foi possível identificar e comprovar de maneira robusta, que três policiais militares, dentre eles um oficial de carreira, foram os responsáveis pela negociação e entrega do freezer recheado com os celulares. 

 

Com a ciência do diretor e do subdiretor da unidade, os militares enviaram o aparelho congelador que era destinado a um dos líderes de uma facção criminosa atuante no Estado.

 

Ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu comprovar que no mesmo dia, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção. "Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisional”, aponta o relatório da investigação.

 

No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.

 

Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos líderes da facção criminosa, serão cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da Penitenciária Central do Estado. (Com assessoria)

 

O inquérito será concluído nos próximos 10 dias.