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POLÍCIA Terça-feira, 13 de Agosto de 2019, 15:18 - A | A

Terça-feira, 13 de Agosto de 2019, 15h:18 - A | A

'PENTE FINO'

Sesp descarta espancamentos, mas suspende visitas de familiares e advogados em PCE

Rafael Medeiros - O Bom da Notícia

Rafael Medeiros

 

A Secretaria de Estado de Segurança Pública descartou nesta terça-feira (13), por meio da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária, que teria havido alguma intercorrência na Penitenciária Central do Estado, com a deflagração da Operação Agente Elison Douglas, quando foram realizadas revistas na carceragem.

 

Desmentindo, sobretudo, que tenham sido registradas agressões ou mortes na penitenciária em Cuiabá.

 

A declaração da Sesp foi em resposta às denúncias que reeducandos estariam sendo alvos de espacamentos na operação - que desde a madrugada desta terça realiza um verdadeiro 'pente fino' na unidade prisional -, com objetivo de retirar 'regalias' dos detentos como celulares, televisores e entre outros equipamentos eletrônicos.

 

As denúncias resultaram em tumulto de familiares do lado de fora da PCE, inclusive com declaração da advogada Marcia Paes, mãe de um dos detentos da PCE, para que fossem repassadas informações às mães e esposas dos reeducandos, sobre os motivos da suspensão por 30 dias das visitas familiares e ainda sobre a veracidade de que teriam detentos agredidos na unidade prisional. As denúncias também levaram ao presídio, advogados ligados a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), para checar as informações de supostos espancamentos.

 

Ainda por meio de release disparados nos mailings dos sites e jornais de Mato Grosso, após desmentir informações de corredores que há dois dias a unidade prisional estaria sem água, luz e realizando espacamentos, a Sesp esclareceu que a revista geral na carceragem da PCE mira fortalecer as ações de enfrentamento a crimes que possam ser cometidos dentro da unidade penal, além de se antecipar a possíveis atos delituosos.

 

Mas admitiu que durante esta semana estão suspensas as visitas aos reeducandos, assim como o atendimento a advogados e defensores públicos. E que apenas as escoltas emergenciais, em caso de saúde, serão realizadas.

 

A operação teve início às 9h desta terça, com revista minuciosa em todos os raios e celas da unidade prisional. Quando foram verificadas também as condições estruturais da área da carceragem e feita a retirada de produtos que estão em desconformidade com o estabelecido no Manual de Procedimento Operacional Padrão do Sistema Penitenciário. Após a revista geral - a operação ainda em andamento - começa a observar a reforma nas celas dos raios 1,2,3 e 4.

 

A operação é conduzida pela equipe da direção da penitenciária e conta com apoio de pelo menos 50 servidores, inclusive, de servidores de outras unidades qualificados para atuação em recinto carcerário, como contenção e intervenção.

 

“Nosso objetivo maior é garantir a segurança da unidade, de acordo com a legalidade devida, frustrando qualquer tentativa que possa afetar a segurança da unidade prisional e criar oportunidades de prática delituosa”, destacou o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante.

Não há, por enquanto, registro de apreensão de materiais ilícitos, como celulares e entorpecentes. Um balanço parcial do que foi retirado das celas será divulgado posteriormente.

 

A operação é realizada apenas na Penitenciária Central do Estado, não sendo estendida e nenhuma outra unidade no interior ou mesmo na Capital.