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POLÍTICA Quinta-feira, 16 de Maio de 2019, 17:55 - A | A

Quinta-feira, 16 de Maio de 2019, 17h:55 - A | A

RESPOSTA RASA

Ao rebater Janaina por redução de VI, deputado apela para ofensas pessoais

Marisa Batalha - O Bom da Notícia

Rafael Medeiros

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O deputado democrata cristão, Ulysses Morais, optou nesta quinta-feira (16), em substituir o confronto ideológico pela crítica pessoal, ao retrucar a posição da colega de Parlamento, a emedebista Janaina Riva, presidente interina da Mesa Diretora da Assembleia, que em conversa com jornalistas classificou como demagógico e inconstitucional seu projeto, que prevê redução de 50% na Verba Indenizatória dos deputados.

 

Morais revelou - por meio de nota -, que ser criticado por 'Janaina Riva', significaria que ele[U

Deste sobrenome, quero distância, disse o deputado em referência ao fato da parlamentar emedebista ser filha do ex-deputado José Geraldo Riva

lysses] estaria no caminho certo.

 

'Deste sobrenome, quero distância', disse o deputado em referência ao fato da parlamentar emedebista ser filha do ex-deputado José Geraldo Riva que responde ações na Justiça.

 

Uma resposta 'rasa' à única mulher que, historicamente, assumiu a presidência de uma Mesa Diretora no Legislativo de Mato Grosso. Além de ter assegurado o primeiro lugar no ranking de votos no último pleito, em outubro do ano passado, quando foi reeleita com 51.546 mil votos.

 

Em várias ocasiões a deputada, inclusive, não se furtou em se posicionar contra ações que supostamente o pai cometera no passado. Aliás, em umas das declarações mais bombásticas com relação a este tema, a parlamentar chegou a mostrar seu descolamento da imagem do pai [Geraldo Riva] - durante entrevista com Almerinda, ainda em abril de 2017, em um vídeo publicado na página da personagem vivida pelo ator André D’Lucca -, em que se posicionou a favor que o pai pagasse seus débitos com a Justiça.

 

"Já pedi ao meu pai que se ele deve, pague, porque o país vive um momento de transformação. E, ao contrário do que as pessoas pensam, eu não só quero, como luto para que o que as coisas se esclareçam, porque só assim vou viver em paz", disse na época.

 

O deputado democrata cristão ainda informa - em sua nota, publicada nos grupos de WhastApp de jornalistas e enviada aos mailings dos sites -, que estaria lutando e enfrentando privilégios e mordomias oferecidos pela Assembleia, aos parlamentares e que tinha muito orgulho disso [veja abaixo a nota na íntegra].

 

A publicação do deputado foi em resposta à presidente da Assembleia Legislativa, deputada Janaina Riva (MDB), que se posicionou de forma contrária ao seu projeto, também nesta quinta, por achá-lo inconstitucional e por entender que o projeto deveria partir da Mesa Diretora.

 

"Imagina se todos os deputados quiserem alterar a maneira como funciona a Assembleia, a bagunça que aquilo iria virar. Depois cada deputado pode receber de zero a R$ 65 mil caso queira, já que pode abrir mão da VI, ou seja cada um tem a autonomia de receber o quanto quiser. Assim, para mim isto é uma demagogia, pois quem propôs um corte de 50% na Verba Indenizatória, porque não pediu então para que fosse literalmente retirada”, disparou a deputada emedebista.

 

O deputado democrata cristão Ulysses Moraes é um dos novos deputados que garantiu cadeira na Assembleia, no último pleito, em outubro de 2018. Representante do Movimento Brasil Livre, em Mato Grosso, a seguir à risca o estatuto do partido e sua linha de pensamento, o deputado estaria posicionado - de acordo com a Wikipédia -, à direita do espectro político tradicional [dentro do conceito da existência de uma Esquerda e Direita no Brasil].

 

Entenda o caso

 

O Projeto de Lei 72/2019 - do deputado Ulysses Morais -, reduz em 50% a Verba Indenizatória dos deputados estaduais, em 2/3 as VIs para outros cargos de 1º escalão e, ainda, obriga a prestação de contas dos gastos. O projeto foi aprovado por 3 votos a 2, nesta última quarta-feira (15), na Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária, da Assembleia Legislativa. Votaram contrário o presidente da comissão, deputado estadual, Romoaldo Junior (MDB), e Valdir Barranco (PT), membro.

 

Hoje, a verba indenizatória repassada aos parlamentares estaduais é de até R$ 65 mil. Caso o projeto de lei seja aprovado em plenário e sancionado pelo governo do estado, o valor será reduzido para R$ 32,5 mil. Além da redução da VI parlamentar, a proposta reduz o valor pago de até R$ 12 mil para R$ 4 mil da VI dos servidores do chamado “primeiro escalão”. Que seriam os cargos de consultor técnico-jurídico da Mesa Diretora; consultor técnico-legislativo; controlador interno; procurador-geral; consultores coordenadores dos núcleos de comissões; chefes de gabinete e gestores de gabinete.

 

De acordo com o presidente da Comissão, o deputado Romoaldo Júnior, foi votado e aprovado o mérito do teor da proposta. "Agora a proposta seguirá para a votação em plenário. Se aprovada, vai à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para analisar sua constitucionalidade. O trâmite é de pelo menos 30 dias. Isso porque não está em dispensa de pauta. Caso seja rejeitada será encaminhada para o arquivo ou, em caso de aprovação, será encaminhada à sanção do governador do Estado”, ainda explicou Romoaldo Júnior.

 

Veja a nota íntegra

 

Ser criticado por Janaina Riva, significa que estou no caminho certo. Deste sobrenome, quero distância. Estou lutando e enfrentando privilégios e mordomias oferecidos pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso aos parlamentares e tenho muito orgulho disso. 

 

A ALMT como Casa do Povo, deveria estar ao lado da população e não na contramão. Demagogia, para mim, é falar que apoia os servidores públicos e a redução de gastos, mas que na prática, não reduz em praticamente nada os privilégios que a Casa oferece. 

 

Se a Janaina Riva é contra, que deixe o projeto ser votado em plenário. Os deputados que são contra o projeto, que mostrem a cara para a população, argumentem e não fiquem tentando desvirtuar a proposta, através da mídia. Venham para o plenário e se manifestem.