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POLÍTICA Terça-feira, 13 de Agosto de 2019, 15:47 - A | A

Terça-feira, 13 de Agosto de 2019, 15h:47 - A | A

NA MIRA DA COMISSÃO DE ÉTICA

Ao refutar falta de decoro, Abílio lembra 'caso do paletó' ao criticar Câmara por não investigar prefeito

Marcio Camilo - O Bom da Notícia

O vereador Abílio Junior (PSC) e o presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PSB), bateram boca em plenário durante a sessão ordinária da manhã desta terça-feira (13). Abílio subiu na tribuna para criticar Misael que aceitou a abertura de um processo investigativo contra ele por falta de decoro parlamentar. O processo pode resultar na cassação de seu mandato.

 

Disse que o presidente da Câmara “não cuida da rua, nem tampouco da frente da sua casa, que está suja e mal pintada, e quer cuidar de valores éticos e morais dos quais eu não compactuou (veja o vídeo ao final da matéria, a partir de 1h50)”.


Questionou o fato da Câmara não ter aberto uma comissão de ética para investigar o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que apareceu em vídeo no Jornal Nacional enchendo os bolsos do paletó de dinheiro, supostamente propina paga aos deputados estaduais pelo ex-governador Silval Barbosa (2010-2014). Na época Emanuel era um desses parlamentares.

 

“Você sabe, por exemplo, se o presidente da Câmara abriu uma comissão de ética para investigar o caso do paletó? Sabe o paletó? Colocar dinheiro no bolso do paletó. Pois é, isso não foi aberto um processo na comissão de ética”.

 

“O vereador jogar cadeira na sala da presidência e não ser aberto um processo moral aqui? Não. Dá um murro no peito do vereador Dilemário [Alencar, Pros] dentro da sala da presidência, durante um almoço que o próprio presidente convocou, e foi aberto um processo investigativo de ética? Não!”, disse Abílio ao elencar outras situações que teriam ocorrido na Câmara.

 

“Votar contra a cassação do prefeito quando fatos mostravam que estava roubando a saúde de Cuiabá. Foi aberto algum processo de ética ou decoro aqui? Não!", ainda acrescentou.

 

Ainda de acordo com o Abíliio, ele tem valor moral e que o vereador é pago para fiscalizar. "Que o vereador é pago aqui nesta Casa para investigar os atos do prefeito. Esse é o meu valor moral. Não tenho valor moral por não puxar saco do prefeito e ficar descerrando placa de inauguração. Então eu quero dizer para todos os parlamentares: parem de me promover. Vá fiscalizar a prefeitura e vamos fazer o nosso trabalho”, encerrou a fala.

 

Em seguida, o presidente da Câmara rebateu dizendo que Abílio deveria primeiro conhecer a sua história de dedicação por Cuiabá, antes de sair falando qualquer coisa: “Quer me chamar para o embate, não vou cair no seu despreparo emocional, com a sua falta de saber se relacionar com as pessoas. Com seu despreparo em dialogar política de alto nível”.

 

Ressaltou que seu objetivo na Câmara é debater projetos para a cidade e que nesse sentido sempre estará aberto ao diálogo com Abílio.

 

“Gerei três mil empregos no Shopping Popular. O bairro Doutor Fábio, onde moro com muito orgulho, está 100% asfaltado por uma indicação minha. Me fala um quilômetro de asfalto que o senhor tenha indicado para atender a população?”, questionou Misael.

 

“A sociedade não quer saber mais da conversa fiada de vossa excelência, Então auto lá!. Não estou aqui para passar a mão na cabeça de ninguém. Não quero mais falar sobre esse caso, até porque está na comissão de ética. Você precisa entender que aqui tem limite, ética e respeito, rebateu o presidente da Câmara.

 

Entenda

 

O processo ético investigativo por quebra de decoro parlamentar contra Abílio foi apresentado pelo Sindicato dos Agentes de Fiscalização do Município de Cuiabá (SINDASFIMC). Na denúncia, o sindicato apontou que o vereador teria tentado invadir a casa do prefeito e abrigado que agentes fiscalizassem a residência de Emanuel. O episódio ocorreu no último dia 9 de maio. 

 

Abílio afirma que o processo é um jogo de cartas marcadas, pois foi encaminhado pelo suplente de vereador, Paulo Henrique, que é irmão do secretário de Mobilidade de Cuiabá, Antenor Figueiredo. "Ele [Paulo Henrique] usou politicamente o sindicato para fazer isso".

 

"Porque se eu do outro lado da rua fotografei a casa do prefeito, sem sequer entrar na sua casa, como diz o delegado e o procurador, porque seria aceito pelo presidente da Câmara para ser encaminhado à Comissão de Ética? Porque talvez os valores éticos e morais não são os mesmos que os meus", disse ao se referir ao presidente da Câmara.

Veja vídeo