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POLÍTICA Quinta-feira, 18 de Abril de 2019, 10:02 - A | A

Quinta-feira, 18 de Abril de 2019, 10h:02 - A | A

DIZ MINISTRA

'Decisão de Mendes de taxar agronegócio foi dura, mas necessária'

Ana Adélia Jácomo / O Bom da Notícia

Em visita ao município de Sinop, no norte do Estado (480 Km de Cuiabá), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, afirmou que vê a entrega da Ferrogrão como uma mudança de paradigma para o Brasil.

 

A ferrovia tem extensão de 1.142 Km e vai conectar a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Pará, desembocando no Porto de Miritituba. Estudos do governo apontam que, já em 2020, a demanda total de carga alocada no empreendimento será de 25 milhões de toneladas. 

 

“A Ferrogrão é um projeto privado, mas apoiado pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal. Dada a importância para o setor, para o escoamento, será uma mudança de paradigma que vamos escoar pelo arco norte essa grande safra brasileira que está grandemente concentrada aqui no Mato Grosso”, disse ela. 

 

A ministra esteve em Sinop nesta terça-feira (16) em um evento do agronegócio, o “Norte Show 2019”. “Sinop é o coração da entrada para a Amazônia, e temos nessa feira, que mostra a pujança do agronegócio brasileiro, mostra a pujança da região. Mato Grosso hoje é o celeiro do Brasil, e é claro que o ministro tem que conhecer o Estado e eu tenho raízes mato-grossenses, meu primeiro RG foi tirado aqui em Mato Grosso”, brincou ela. 

 

Tereza comentou ainda que o projeto do governador Mauro Mendes (DEM) para taxar o agronegócio, por meio do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), foi uma medida drástica, porém, necessária. 

 

“Às vezes, temos que tomar posições drásticas em momentos difíceis. Tem que ter coragem, o governador teve e não o recrimino. É bom? Não, não é. Tenho certeza que ele pensa como eu. A matéria não é simpática, mas tenho certeza que ele teve que tomar uma atitude momentânea. Na hora que o Estado se desenvolver, que a reforma da previdência passar [no Congresso Nacional] e diminuir as contas que o Brasil hoje paga, juntamente com esse freio de arrumação que vai acontecer no Governo Federal, que vai refletir nos Estados, tenho certeza que o governador vai ser o primeiro a mudar essa posição”, minimizou. 

 

O Governo do Estado prevê arrecadar com novo Fethab quase R$ 1,5 bilhão em 2019, o que representa um acréscimo de R$ 450 milhões (30% do total arrecadado) à Secretaria de Infraestrutura para investimentos na manutenção das rodovias estaduais, outros 10% dos recursos repassados ao MT PAR, enquanto o restante (60%) será aplicado nas áreas de saúde, educação, segurança pública e assistência social.

 

O governador Mauro Mendes chamou a contribuição de lamentável, entretanto, deixou claro que todos precisam contribuir para tirar Mato Grosso do buraco. “Teremos que ter a contribuição dos produtores, dos servidores públicos. Como cidadão, não gostaria de ter feito isso, mas eu sou governador de Mato Grosso e não posso olhar para a árvore. Tenho que olhar para a floresta, olhar para o Estado, para a saúde, a infraestrutura e a educação. Ou seja, para os enormes problemas que herdamos e construir soluções”, afirmou.