O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (24), que será muito difícil para o colega de parlamento Ulysses Moraes (DC) conseguir aprovar o Projeto de Lei 72/2019, que previa a redução pela metade da verba indenizatória, fixada em R$ 65 mil mensais, aos deputados.
“Há uma corporação. (...) e naquela época me falaram que não adiantava nada eu não receber, porque os outros recebiam, e o que eu não recebia voltava para os cofres da Assembleia e ninguém sabia o que acontecia com esse dinheiro”
De acordo com ele, na Assembleia Legislativa existe um “corporatisvismo”, ao qual ele tentou enfrentar em 1991, quando assumiu a primeira vez como deputado estadual. Wilson contou que chegou a ser orientado pelos colegas da época a receber a verba indenizatória que tinha direito, já que, caso não recebesse, 'o dinheiro tomava um rumo desconhecido'.
“Em 1991 apresentei um projeto para extinguir essa verba e perdi por 23 votos a 1. Há 28 anos comecei essa briga, e ela é muito difícil de ser vencida. Há uma corporação. (...) E naquela época me falaram que não adiantava nada eu não receber, porque os outros recebiam, e o que eu não recebia voltava para os cofres da Assembleia e ninguém sabia o que acontecia com esse dinheiro”, disse ele.
Em entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real, o tucano disse que respeita a decisão de Ulysses, que optou por receber “apenas” R$ 32,5 mil de verba indenizatória. Para ele, a proposta de redução do benefício é legítima e honesta, no entanto, considera que o deputado de primeiro mandato pode acabar desistindo do tema.
“Naquela época (1991) eu fiz ações sociais com esse dinheiro, então eu usava devolvendo para o cidadão, que é o verdadeiro dono. Agora me deparei com outro quadro. Não posso mais investir essa verba, seria improbidade administrativa. Só pode usar para o exercício da função de deputado”.
“Eu tenho usado no uso das funções parlamentares. A VI não uso mais para funções sociais, mas faço seminários, deslocamentos... (...) Respeito a opinião do deputado Ulysses. Ele chegou na Assembleia com a mesma idade que eu cheguei, eu não menosprezo o deputado. A proposta dele é legítima e honesta, mas não sei se ele vai desistir”.
O substitutivo do projeto que alterava a proposta do deputado, foi aprovado na Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária (CFAEO). Em seguida, ele foi votado em plenário, em primeira votação, onde teve os votos contrários de Ulysses Moraes, Faissal Kalil (PV) e Sílvio Fávero (PSL). Em seguida, ele teve parecer contrário da CCJR, voltando a ser apreciado pelo Plenário, em segunda votação, onde foi arquivado pela Casa.
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