Segunda-feira, 06 de Maio de 2024

POLÍTICA Terça-feira, 23 de Julho de 2019, 08:00 - A | A

Terça-feira, 23 de Julho de 2019, 08h:00 - A | A

ASSEGURA DEPUTADO

Escolas de lata saem de cena ainda este ano em Mato Grosso

O Bom da Notícia

(Foto: Reprodução)

escolas de lata.png

 

Saem ainda este ano de cena as polêmicas escolas de lata ou salas de container [denominação popular dada às escolas públicas instaladas em contêineres metálicos].

 

ausência de manutenção básica nessas estruturas teria resultado na deterioração dessas salas de metal, bem como fios expostos, materiais inflamáveis e calor excessivo, levaram os alunos a apelidarem estes espaços de salas de lata e forno gigante

As 41 estruturas divididas entre 12 escolas estão ainda sob a responsabilidade do Estado e estão localizadas nos municípios de: Campo Verde, Sapezal, Sinop, Santo Antônio do Leverger, Vila Rica, Confresa, Rosário Oeste, Barro do Bugres e Cuiabá.

 

Uma reportagem exibida em rede nacional no início do ano revelou que o governo do estado, ainda sob o comando de Pedro Taques (PSDB), alugou, por meio de dispensa de licitação, 110 containers para nove escolas da rede estadual de ensino.

 

A matéria alegou que a ausência de manutenção básica nessas estruturas teria resultado na deterioração dessas salas de metal, bem como fios expostos, materiais inflamáveis e calor excessivo, levaram os alunos a apelidarem estes espaços de "salas de lata" e "forno gigante".

 

Diante da polêmica, o Legislativo pediu uma posição da Seduc. E de acordo com o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, o deputado Max Russi (PSB), após cobranças feitas à Secretaria de Estado de Educação se posicionou pelo fim das escolas de lata.

 

De acordo com a Seduc, está sendo realizado um estudo para redimensionar os alunos, que estudam nestas salas de container, até a retirada total dos módulos metálicos até o final deste ano.

 

Conforme o ofício, enviado a Casa de Leis em reposta ao requerimento nº 140/2019 do parlamentar, a Seduc teria realizado um levantamento prévio, quanto a utilização desses containers, em conjunto com a Coordenadoria de Microplanejamento Escolar, onde constatou que 18 deles poderiam ser retirados de imediato.

 

Ainda conforme a secretaria, a empresa Ativa Locação Ltda, responsável pela locação e instalação desse módulos, teria sido notificada no último dia 12 de março, para que fossem removidas essas unidades.

 

Para o deputado Max Russi, as providências precisam ser tomadas com extrema urgência. "Acompanhamos essa repercussão e os riscos oferecidos a esses alunos são de grande preocupação para todos nós. Existem relatos de que alguns chegaram a abandonar os estudos. Isso não pode acontecer, pois educação é um direito de todos e dever do estado. Estaremos acompanhando todo esse encaminhamento", assegurou.

 

Outro lado

 

Por meido de nota, a  Ativa Locação informou que atua há mais de 22 anos no ramo de aluguéis de equipamentos. Diz ainda que foi contratada pela Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso - SEUDC - para a locação de 110 salas de aula em fevereiro de 2018. Segundo a empresa,  o objetivo era suprir a falta dessas salas em dezenas de escolas estaduais, cujas condições de conservação e segurança impediriam a presença dos alunos.

 

Veja o posicionamento na íntegra

 

De imediato a empresa focou todos os esforços e investimentos para atender a milhares de estudantes, deslocando equipamentos, caminhões, auto-guinchos e dezenas de colaboradores para a instalação dos módulos metálicos, em 12 municípios do Estado, substituindo temporariamente as tradicionais salas de aula.
Desta forma, apesar do prazo exíguo, nosso objetivo foi alcançado: estudantes e professores puderam dar continuidade ao ano letivo que então se iniciava, sem interrupção das aulas.

 

Passados alguns meses, a Secretaria de Educação deixou de fazer os pagamentos conforme contrato firmado entre as partes. Sem justificativas e com atrasos constantes, tentamos de todas as maneiras receber nossos vencimentos junto à SEDUC, que, por inúmeras fazia promessas, mas nunca as cumpria.
Sem os módulos e sem os pagamentos, partimos então para a via judicial, e apenas desta forma conseguimos receber parte do valor acordado. Ainda assim, temos parcelas em aberto desde 28 de novembro do ano passado.

 

A reportagem exibida em rede nacional à qual o Bom da Notícia se refere, mostrou atraso constante dos pagamentos por parte da SEDUC. A matéria mostra que com o uso constante, as salas de aula necessitavam de manutenção, mas não relata que as mesmas deveriam ser custeadas pela SEDUC, que já nos devia meses e meses de aluguéis atrasados.

 

Quanto a retirada das salas de aula, é do nosso interesse recolhê-las o quanto antes, para que possamos alugar à clientes que honrem seus pagamentos. Porém, dependemos da liberação da Secretaria. Todas as salas de aula de Cuiabá, Sapezal, Sinop, Santo Antônio do Leverger, Confresa, Rosário do Oeste, foram retiradas, restando apenas 01 sala em Barra do Bugres (já autorizada), 05 salas em Campo Verde e outras 03 em Vila Rica, ainda não disponibilizadas pela SEDUC.

 

Vale ressaltar que módulos metálicos são utilizados nos cinco continentes do planeta. São ambientes alternativos de grande valia e sustentabilidade para as mais diversas atividades humanas. No Brasil, o setor ainda sofre com o desconhecimento e o despreparo das autoridades. Sofre ainda com a populismo de alguns políticos que preferem atacar a solução, utilizando o discurso demagógico de defesa dos alunos, enquanto deveriam focar no verdadeiro problema, que é a má gestão dos recursos públicos.