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POLÍTICA Segunda-feira, 27 de Maio de 2019, 14:53 - A | A

Segunda-feira, 27 de Maio de 2019, 14h:53 - A | A

DIZ FAGUNDES

Fagundes diz que briga interna no PSL atrapalha governo Bolsonaro e não o centrão

Alexandra Freire - O Bom da Notícia

O senador por Mato Grosso, Wellington Fagundes (Partido Liberal), não poupou críticas à base do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional nesta segunda-feira (27), durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real.

 

De acordo com o senador, o partido do presidente está se desintegrando por conta de seus líderes não falarem a mesma linguagem política na Câmara e no Senado.  'O líder na Câmara Major Vitor Hugo (PSL-GO) e a líder no Senado, a deputada Joice Hasselmann (mesmo partido) não se entendem', disse ao retrucar a acusação de que o centrão, que reúne cerca de 230 dos 513 deputados da Câmara -, seria o culpado de impedir a votação de pautas como o pacote anticrime de Sérgio Moro ou ainda a Reforma da Previdência, usando os projetos como 'produtos de barganha' no Congresso Nacional.

 

O senador também se defendeu da acusação de que a manifestação popular em vários estados brasileiro realizada neste último domingo no país, em defesa do governo de Bolsonaro, seria uma resposta ao Congresso que tenta emperrar a administração presidencial, em favor de Sergio Moro, ainda da CPI da Lava Toga para investigar o Supremo Tribunal Federal (STF) e as cortes superiores do país.

 

Questionado se o movimento realizado na tarde de ontem ajuda a aumentar o atrito entre o Palácio do Planalto e Congresso, o senador voltou a pontuar que o país estaria vivendo sob um governo que possui uma característica própria, em uma posição à frente da ideologia. 'Um governo que impôs um novo  modelo, que dialoga por meio das mídias sociais. Mas não creio que este seja o melhor modelo", ainda disse.

 

Reiterando que o grande empecilho de Bolsonaro seria sua base de apoio dentro do Congreso. ‘O problema maior que existe é a base do governo. O PSL está desintegrado. O líder do PSL na Câmara, o major Victor Hugo e a líder do governo no Senado, a Joice vivem se engalfinhando. Ambos possuem ideias totalmente divergentes”, disparou.

 

Ataques ao centrão

 

Apoiadores de Bolsonaro justificam que os partidos chamados de centrão, que reúne cerca de 230 dos 513 deputados da Câmara, têm prejudicado a aprovação de projetos do presidente. Com as manifestações deste último domingo, o presidente Jair Bolsonaro quis mostrar que tem apoio popular para buscar a aprovação de 11 medidas provisórias nos próximos 15 dias.

 

Entre as medias está a que reconfigurou a estrutura administrativa do governo federal (MP 870/2019). O objetivo do destaque é manter o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sob o comando do Ministério da Justiça.

 

“Se essa medida provisória chegar essa semana na Câmara e no Senado não teremos mais tempo para discutir. O que representa isso: tem que ter o apoio da maioria dos líderes. Se o líder de oposição não concorda, ela vai perder o prazo. Na semana passada nós nos reunimos com todas as lideranças e não houve um acordo. O governo precisaria acertar a sua base, para ter condições de fazer com que as votações possam ser de forma mais rápida. Hoje, por exemplo, se tiver qualquer alteração no Senado tem que voltar para Câmara. Aí não dá mais tempo”, disse Fagundes.

 

Nesse contexto diz que os congressista deveriam pensar em analisar o projeto da reforma tributária, antes de tomar decisões relativas a reforma da previdência.

 

“Por mais boa vontade que eles tenham se o partido do governo não se entender, fica muito difícil. O meu partido faz parte do centrão, assim como o DEM e o PTB. Particularmente, acho que deveríamos começar a discutir uma reforma tributária e não da previdência, porque a primeira dará condições do país buscar seu equilíbrio econômico para gerar emprego, para que a gente também possa ajudar o governo nessa crise”, disse.

 

Também lembrando que mesmo que as pessoas tenham saído nas ruas em defesa do governo de Bolsonaro, elas precisariam saber que é o PSL quem, de fato, estaria travando muitas das discussões que ocorrem no Congresso. “É o PSL que não se encontra. Olha o que aconteceu na área da educação. Essa crise na educação, precisava disso?”, finalizou.

 

As manifestações deste domingo ocorreram em resposta ao ato realizado por estudantes e professores em mais de 200 cidades do país, no último dia 15 de maio, contra os cortes prometidos pelo presidente na Educação, anunciado recentemente.