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POLÍTICA Quinta-feira, 11 de Abril de 2019, 10:42 - A | A

Quinta-feira, 11 de Abril de 2019, 10h:42 - A | A

SELMA CASSADA

Fávaro lança seu nome para disputa e comemora rapidez do TRE

Alexandra Freire - O Bom da Notícia

Com o julgamento que cassou por unanimidade o diploma da senadora Selma Arruda (PSL), realizado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nesta quarta-feira (10), abre-se vacância no Senado. E já tem alguns nomes sendo ventilados nos bastidores. O ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), que figurou na terceira colocação na Senatoria, disse ao site O Bom da Notícia que está à disposição e vai disputar, caso ocorra eleições suplementares.

 

O social democrata também elogiou a postura da Corte, ao afirmar que o julgamento entrou para história. “Eu avalio como uma data histórica para o Brasil e para o TRE mato-grossense. Foi renovada a confiança na Justiça brasileira. Já que eu e outros 10 concorrentes disputamos uma eleição com desigualdade de condições. Assim, claro, houve uma injustiça e o Tribunal teve a coragem e rapidez de colocar fim a este processo desigual. E, obviamente, se tiver novas eleições vou disputar”, disse ao O Bom da Notícia.

 

Fávaro, por conta da cassação, somado aos fatos de ter assegurado nas urnas mais de 434 mil votos e ainda por conta do magistrado Pedro Sakamoto, relator da ação, ter apontado seu nome para ocupar a vaga da senadora até que haja uma eleição suplementar, realiza nesta quinta-feira (11), uma coletiva de imprensa na sede do PSD.

 

Julgamento

 

Em julgamento nesta quarta-feira (10), o desembargador Pedro Sakamoto - relator da ação que julgou ação contra Selma por conta de acusações de abuso de poder econômico e caixa 2 nas eleições de 2018 -, votou pela cassação da chapa composta pela senadora Selma Arruda e pelos suplentes Gilberto Possamai[1º suplente] e Cleire Fabiane[2° suplente].

 

Após mais de oito horas de julgamento, em seu voto, Sakamoto entendeu que por conta de fortes indícios de abuso de poder e prática de caixa 2, decidiu pela sua cassação e ainda dos diplomas de Gilberto Passomai e Cleiri Fabiane, decretando a perda de seus mandatos e decretação da ilegibilidade por oitos anos. À exceção de Cleiri que se livrou desta condenação, pois não foi comprovada sua participação no ato.

 

Sob a presidência da magistrada Marilsen Andrade Addário, os seis membros da Corte - além de Sakamoto, os juízes Ricardo Gomes de Almeida, Vanessa Curti Perenha Gasques e Luis Aparecido Bortolussi Júnior, Antonio Veloso Peleja Júnior e Jackson Coleta Coutinho -, seguiram a relatoria em favor da cassação da senadora. Ou seja, a senadora eleita com 678.542 votos nas urnas foi cassada por unanimidade pelo TRE-MT.
Em seu voto Pedro Sakamoto sugeriu, ainda, que até que se chame a eleição suplementar, que a vaga fosse assumida pelo candidato que ficou em terceiro lugar com 434,9 mil votos, o social democrata Carlos Fávaro, mas foi voto vencido pelos outros juízes.

 

“Essa é uma matéria constitucional. Os outros membros entenderam que estavam fazendo um julgamento da questão política eleitoral. Não estavam fazendo da constituição brasileira, por isso não compreenderam o voto do desembargador Pedro Sakamoto. Não era um caso de revanchismo de eu querer assumir a qualquer preço era outra matéria. MT não pode ficar no princípio federativo desfalcado sem senadores. Por isso são três senadores”, comentou Fávaro.

 

Questionado sobre os nomes que irão compor sua chapa, Fávaro disse que ainda avalia com o partido a composição. 

 

Também de olho na vaga

 

É cotado nos bastidores os nomes do o ex-governador Pedro Taques (PSDB), o ex-deputado federal Adilton Sachetti (PRB), que também foi candidato ao Senado no ano passado, mas foi derrotado e também o nome do deputado federal Nelson Barbudo (PSL), que confirmou sua pretensão pela disputa ao Senado Federal, ao site O Bom da Notíciacaso o Tribunal Superior Eleitoral confime a cassação de Selma.

 

Com Fávaro confirmando que quer disputar e Adilton apenas ventilado, o analista político, João Edisom Amorim, avalia que o setor do agronegócio deveria lançar apenas um candidato e não cometer o mesmo erro das eleições passadas, que foi derrotado pela senadora cassada.

 

“Eu acredito que o agronegócio no frigir dos ovos deveria ter um candidato só. Porque vários candidatos prejudicaria um ao outro. Isso seria cometer o mesmo erro no curto de espaço tempo ter um punhado de candidato”, disse. No pleito de 2018, o setor foi representado por Fávaro, Nilson Leitão (PSDB) e Adilton Sachetti. 

 

Edisom também avalia que muitos vão entrar na disputa por pura aventura e para surfarem na onda do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

 

“Em função do fenômeno do presidente Jair Bolsonaro, a própria Selma, pessoas que ninguém conhecem surgiram falando um punhado de coisa, jogando palavras ao vendo. Isso deu uma perspectiva para muita gente que tem mais o desejo de concorrer para qualquer coisa. Existe um estudo que o erro não foi da população, mas o juízo das pessoas é pouco e estão buscando mais aventura do que qualquer outra coisa. O brasileiro não tem pensado que uma mesma moeda tem dois extremos e pode-se cometer o mesmo erro”, avaliou.

 

Selma continua no cargo até decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Ela já informou que vai recorrer da decisão do TRE e diz tranquila com cassação de deu diploma.