Mayke Toscano/Gcom-MT
O secretário estadual de Fazenda, Rogério Gallo, disse que se o Estado fosse uma empresa estaria em recuperação judicial à beira da falência. Ele explica que nos últimos anos, houve um grande endividamento, principalmente no período da Copa do Mundo, e aumento de despesas, o que dificulta equilíbrio financeiro.
Em entrevista no Stúdio Band, programa da TV Cidade Verde, nesta última quarta-feira (19), o secretário comentou que esses problemas econômicos resultaralm em problemas para Mato Grosso, quanto a qualidade dos serviços públicos.
“Nos últimos 10 anos o Estado precarizou a prestação do serviço público. Notadamente, você pega a questão da Saúde, da Educação e você tem mais de 700 escolas em condições muito ruins”
Nós tivemos em Mato Grosso, ao longo dos últimos 10 anos, uma depauperação, o Estado precarizou a prestação do serviço público. Notadamente, você pega a questão da Saúde, da Educação e você tem mais de 700 escolas em condições muito ruins”, disse.
Ainda revelou que durante o período da Copa do Mundo, houve um endividamento muito grande para execução das obras, principalmente do Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, que custou mais de R$ 1 bilhão e que ainda não foi entregue à população. Nesse período, o governador Silval Barbosa (sem partido) contraiu empréstimo dolarizado com o Bank of America para executar os projetos, o pagamento do empréstimo se estende até hoje.
Gallo também afirmou que durante esse tempo houve um desarranjo muito grande no Estado e que começou ser corrigido durante a gestão de Pedro Taques (PSDB).
“Nós tivemos em 2015 e 2016 uma queda do PIB, ou seja, tivemos uma recessão. aliás, o Brasil nunca sofreu uma crise tão aguda como essa, que chega a ser maior do que a crise de 1.929 [na Grande Depressão]. O PIB do Brasil caiu 7%, não crescemos, caímos, nós perdemos PIB e muitas empresas fecharam”.
"E nesse momento, o que estava acontecendo em Mato Grosso? Quando tínhamos que fazer um endurecimento, nós tivemos leis aprovadas no governo anterior, 2013 e 2014, que concederam aumentos remuneratórios que se caracterizam direitos adquiridos, quer dizer, qualquer empresa para fechar o que ela faz? Ela reduz o tamanho, se enclausura, deixa passar os dias ruins e depois volta a contratar, a crescer. Já no Estado ocorreu o oposto. Nós tivemos nos últimos quatro anos, quase cinco bilhões de aumento em despesas com pessoal que fez chegar aos 58%”, frisou.
Pontuando que, entretanto, apesar dos problemas estruturais, o governo deve projetar seu olhar para o futuro para reequilibrar as contas.