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POLÍTICA Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019, 11:08 - A | A

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GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Mulher de cabo Gerson é ouvida em investigações de arapongagem

O Bom da Notícia

Internauta

cabo Gerson

 

Foi ouvida nesta quarta-feira (18), em interrogatório, a mulher do cabo da Polícia Militar, Gerson Corrêa Júnior, para esclarecimentos sobre questões apuradas nas investigações.

 

Ela foi ouvida pela Polícia Civil, por meio da Equipe Especial, designada exclusivamente para conclusão dos inquéritos sobre suposto esquema de interceptações ilegais em Mato Grosso.

 

Cabo Gerson - que ainda busca assegurar uma elação na Justiça, por meio de sua defesa -, é réu no processo judicial que apura o suposto esquema de escutas clandestinas e considerado uma das principais testemunhas do caso, confessando a participação em crimes e revelando envolvidos.

 

A coordenadora da investigação, delegada Ana Cristina Feldner, informou que E.M.O., mulher de Gerson, aparece em algumas situações, como a assinatura como fiadora no contrato de locação da sala usada para fazer as escutas ilegais, além da conta de internet usada no escritório clandestino estar em seu nome.

 

As investigações também apontaram que ela teria levado um aparelho celular ao cabo, quando ele estava preso na Rotam. E estaria envolvida com a origem de um valor de R$ 35 mil, emprestado pelo cabo a um amigo.

 

Conforme a delegada, todas as informações serão analisadas, inclusive se a mulher tinha conhecimento e envolvimento com a organização criminosa investigada. Durante o depoimento, ela alegou que acredita na inocência do marido.

 

Interceptações clandestinas

 

A Polícia Civil investiga um suposto esquema de escutas telefônicas clandestinas praticado no Estado, entre os anos de 2014 e 2016. Conforme as investigações, empresários, políticos, magistrados, policiais e jornalistas teriam tido os aparelhos celulares interceptados por membros da Polícia Militar.

 

O esquema
 

O escândalo da grampolândia veio à tona em 2016, após denúncia do ex-secretário de Segurança Pública do Estado e promotor de Justiça, Mauro Zaque de que policiais militares e integrantes da cúpula do Poder Executivo estariam grampeando ilegalmente políticos, empresários, juízes e jornalistas através da modalidade "barriga de aluguel". Os números eram anexados, de forma ilegal, a lista de interceptação de pessoas investigadas por tráficos de drogas na Comarca de Cáceres.
 
O cabo Gerson Corrêa Júnior após assumir sua participação no esquema de escutas telefônicas ilegais, apontou que o esquema de arapongagem era comandado pelo ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques. Revelando que o ex-governador teria, inclusive, ciência de todo o sistema de arapongagem.

 

O PM sempre deixou claro nas oitivas que essa tática foi utilizada, com sucesso, para espionar os opositores de Taques ainda na campanha do ex-governador tucano. Assim, atuando desde 2014. E ainda que as interceptações foram financiadas pelo ex-secretário.

 

Sua entrada no esquema teria sido a pedido do coronel Zaqueu Barbosa. E que no escritório de Paulo Taques recebeu dele uma mala com R$ 50 mil em dinheiro com a finalidade de grampear adversários políticos de Pedro Taques, que na época era candidato ao governo.

 

E também que o ex-procurador do Ministério Público estadual, Paulo Prado, teria sido o responsável por doar duas placas eletrônicas, que compõem o sistema Wytron, usadas. O nome de Prado surgiu no depoimento do ex-secretário da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, na 11ª Vara Militar de Cuiabá e admitido, igualmente, pelo cabo.

 

Diversos secretários de Estado foram presos, na época, devido à investigação. Entre eles estão o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques [primo do ex-governador Pedro Taques], o ex-chefe da Polícia Militar, Evandro Lesco e o ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas.