Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Domingo, 25 de Agosto de 2019, 14:45 - A | A

Domingo, 25 de Agosto de 2019, 14h:45 - A | A

NA JOVEM PAN

Para Blairo, responsáveis por queimadas seriam grileiros e ‘sem terras’

Wellyngton Souza - O Bom da Notícia

O ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) afirmou que os verdadeiros responsáveis pelas queimadas, em especial na região da Amazônia, seriam grileiros e assentados do movimento sem terra, em entrevista à Rádio Jovem Pan, nesta sexta-feira (23), diretamente de Paris.

 

“Nós [referindo-se aos empresários do agronegócio] não utilizamos fogo na nossa atividade agrícola. Aqueles que desmatam, desmatam de forma irregular que são grileiros, assentamentos do sem terra, enfim, é uma serie de pessoas envolvidas nesse crime ambiental”, disse. 


Na ocasião, o ex-ministro destacou que as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), tem causado uma série de dúvidas no mercado externo, causando a impressão de que o Brasil não estaria preocupado quanto às queimadas no país, em especial a Amazônia, que ganhou uma repercussão negativa em todo o mundo. 


Na França, Blairo Maggi, uma das maiores lideranças do país no agronegócio e ex-ministro da Agricultura no governo de Michel Temer, voltou a criticar a politica ambiental de Bolsonaro, de quem foi eleitor, revelando que pode demorar um bom tempo a recuperação da imagem brasileira, fora das fronteiras do país, por conta das queimadas na Amazônia. 


“O posicionamento do governo, o discurso implantado acabou criando essa instabilidade e essa preocupação e ganhou força. Passa impressão que houve uma liberação e a gente sabe que não. Não mudou nenhuma lei no Brasil e não se facilitou a vida de ninguém. Mas talvez os grileiros ou menos avisados, com o próprio discurso acham que podem [desmatar] e as consequências estamos acompanhando na mídia”. 


“Nos últimos anos, os setores exportadores do país tiveram grande trabalho de refazer essa imagem do Brasil e mostrar que temos controle de desmatamento e de todas questões ambientais. Tínhamos conseguido superar bem esse assunto. Mas agora teremos que refazer tudo isso”. 


Na última semana, a destruição da Floresta Amazônica ganhou repercussão internacional, em razão do aumento da onda de queimadas na região. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 78,3 mil focos de incêndio foram registrados apenas neste ano no Brasil - crescimento de 84% em comparação a 2018. Do total de casos deste ano, 52,6% foram registrados na Amazônia.


Diante da pressão internacional, Bolsonaro mudou o tom de sua reação e autorizou, na tarde de sexta-feira (23), o uso de militares em uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) - quando há situações graves que demandam que o presidente da República convoque forças de segurança - para combater as queimadas na região da Floresta Amazônica. (Com informações da BBC Brasil)