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POLÍTICA Segunda-feira, 11 de Março de 2019, 11:42 - A | A

Segunda-feira, 11 de Março de 2019, 11h:42 - A | A

DIZ SELMA

Selma classifica como ‘baixaria’ suposto interesse de Blairo e Taques ao Senado

Ana Adélia Jácomo/O Bom da Notícia

Cresce o número de postulantes à vaga do Senado, caso ocorra uma cassação do mandato da senadora Selma Arruda (PSL-MT), quando, claro, ocorreria uma nova eleição para ocupar a cadeira em Brasília. A senadora responde na Justiça Eleitoral acusação de uso de caixa dois, supostamente ocorrida durante a campanha de 2018.

 

Assim, a ação pode trazer ao pleito dois ex-governador de Mato Grosso: Pedro Taques (PSDB) e Blairo Maggi (PR), mesmo que ambos também sejam alvos de investigações.

 

Taques é citado em quatro delações premiadas e responde a um inquérito no Superior Tribunal de Justiça. Nas delações, é acusado de ter recebido dinheiro de caixa dois de empresários envolvidos em um esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) desarticulado pela Operação Rêmora. 

 

O ex-governador ainda é alvo de investigação pela chamada “grampolândia pantaneira”, escândalo relacionado a milhares de gravações clandestinas de adversários políticos e jornalistas que levou ex-secretários, inclusive um primo dele, à cadeia. 

 

O inquérito subiu para o STJ a pedido do próprio tucano. Taques nega todas as acusações. Blairo, por sua vez, aparece como investigado na Operação Lava Jato e na Ararath. Selma afirmou em entrevista ao ‘O Bom da Notícia’, realizada na última sexta-feira (8) que seu mandato tem sido cobiçado por políticos que precisam resgatar o foro privilegiado. Leia AQUI.

 

Já o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP) respoonde no Supremo Tribunal Federal. Maggi é acusado de corrupção passiva por supostamente ter participado de um esquema de compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado, em 2010, quando ainda era governador de Mato Grosso, para beneficiar o conselheiro afastado Sérgio Ricardo, que na época era deputado estadual.

 

Durante entrevista concedida à Band neste final de semana, Selma declarou que Taques e o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi estariam “de olho” em seu mandato. Maggi, por enquanto, ainda não deu declarações sobre o assunto, mas Taques foi citado como um possível interessado em uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

 

“É meio sórdido as pessoas quererem algo que tem dono, que tem nome e sobrenome. Até me recuso a acreditar que um ex-governador e um ex-ministro estejam aventando essas possibilidades. Eu acho que o termo correto pra isso é baixaria”, disse a senadora.  

 

“Essas pessoas que estão especulando sobre isso, elas esqueceram que existem graus de recursos. Portanto, se estão querendo tomar meu lugar, continuem querendo por um bom tempo, porque caso isso aconteça, eu vou recorrer”, acrescentou a senadora. 

 

Selma está sendo investigada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), por suspeita de caixa 2, abuso de poder econômico e gastos de campanha fora do período eleitoral. 

 

Ela é alvo de três ações na Justiça Eleitoral, sendo duas delas movidas pelo ex-vice governador Carlos Fávaro (PSD) e pelo advogado Sebastião Carlos (Rede), ambos concorreram ao Senado na última eleição em 2018.