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POLÍTICA Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 16:48 - A | A

Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 16h:48 - A | A

QUEDA DE BRAÇO

Sintep aguarda formulação de proposta com MP para ser avaliada pelo governo

Ana Adélia Jácomo

Os professores estaduais, que estão em greve há quase dois meses em Mato Grosso, aguardam a construção de uma nova proposta a ser avaliada pelo Governo do Estado que poderá pôr fim à paralisação na próxima semana. A expectativa da categoria é que com a intervenção do Ministério Público Estadual (MPE), as reivindicações sejam atendidas.

 

A categoria se reuniu nesta quinta-feira (18) na sede das Promotorias de Cuiabá, com o promotor Miguel Slhessarenko Júnior. Na reunião, o sindicato da categoria, Sintep, se mostrou irredutível com relação ao cumprimento LC 510/2013, que trata sobre aumento salarial, pagamento dos salários cortados durante o período de greve e além disso, o pagamento da RGA. 

 

No mesmo dia, o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira recebeu representantes do Sintep-MT, que afirmou considerar que “a greve não é boa para ninguém e que a interrupção das aulas traz prejuízos para as crianças e adolescentes, professores e toda a sociedade”.  

 

“O procurador-geral considerou a visita produtiva e afirmou que pedirá ao procurador de Justiça que acompanha a ação ajuizada pelo Sintep-MT cobrando o pagamento dos salários não pagos devido ao corte de ponto feito pelo Executivo, para que quando solicitado dê parecer no processo o mais breve possível. José Antônio Borges Pereira lembrou, contudo, que o colega tem total independência para se manifestar”, diz trecho de nota divulgada pela instituição.  

 

Em contrapartida, o governador Mauro Mendes vêm reafirmando que não pode conceder o aumento para não ultrapassar o teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 49%. 

 

“Se não houvesse intransigência do governo em negociar para uma tentativa de construção de proposta... Há truculência do corte de ponto, fonte de subsistência dos trabalhadores e trabalhadoras da educação. Uma prática arbitrária do governo já que os dias de greve se configuram em reposição de aula”. 

 

Mauro Mendes mantém a posição de que o Estado está impedido, legalmente, de conceder o aumento salarial dos profissionais da Educação Pública. Segundo o Governo, é essencial o retorno aos limites de gastos com pessoal de acordo com o que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, 49%, para que seja possível que os reajustes possam ser novamente concedidos.

 

Atualmente o Estado está estourado em 59%. A categoria paralisou as aulas nas escolas estaduais em 27 de maio e, de lá pra cá, diversas reuniões foram realizadas com o Governo do Estado, mas nenhuma surtiu efeito suspensivo da paralisação.