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POLÍTICA Terça-feira, 04 de Setembro de 2018, 09:29 - A | A

Terça-feira, 04 de Setembro de 2018, 09h:29 - A | A

OPERAÇÃO CATARATA

Taques cita cunho eleitoreiro e garante prestar esclarecimentos sobre operação

Kamila Arruda, da Redação

O governador Pedro Taques (PSDB) garante a lisura dos contratos firmados para promoção da Caravana da Transformação, e vê com estranheza a deflagração da Operação Catarata, tendo em vista que todos os documentos referentes ao programa são encaminhados ao Ministério Público Estadual (MPE) ao final de cada edição.

 

De acordo com o gestor tucano, a corte ministerial, assim como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), foram convidados para as 14 edições da Caravana. Além disso, afirma que ao final de cada uma é produzido um relatório de gastos, o qual é enviado para os órgãos.

 

“A caravana existe desde 2016. Todas as edições o Ministério Público é convidado por oficio, o Tribunal de Conta é convidado. Ao final de cada edição ainda, nós mandados um documento com todos os gastos para eles. Foram 14 edições da caravana em 141 municípios do estado. Atendemos 350 mil pessoas, foram feitas 70 mil cirurgias de catarata e 62 mil exames. Agora, a 30 dias das eleições, depois de quase dois anos e meio em que todas as etapas foram concluídas veio essa operação”, pontua o gestor tucano.

 

Para ele, a operação foi deflagrada no sentido de vir a atingir o seu projeto de reeleição. Apesar disso, garante que irá prestar todas as informações necessários ao Ministério Público.

 

“Nós vamos prestar todas as contas devidas. Agora, em todas as 14 edições, todos os documentos foram enviados ao MPE. Fazemos um relatório de todos os gastos e tudo auditado pelo SUS [Sistema Único de Saúde], pela Vigilância Sanitária. Aí vem uma operação a 30 dias das eleições. Enfim, cabe ao cidadão avaliar”, insinuou.

 

Questionado sobre a possibilidade de "perseguição" por parte do promotor Mauro Zaque, que denunciou o esquema dos grampos ilegais a Procuradoria Geral da República em maio do ano passado, Taques se esquivou. “Eu vou mostrar tecnicamente o que efetivamente ocorreu. Aliás, tudo está publicado no site do Estado desde junho de 2016. Não vou fazer juízo de valor”, finalizou.

 

A Operação Catarata foi deflagrada nesta segunda-feira (03) pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). A suspeita é de fraudes no contrato para a execução dos servidos oftalmológicos do programa. 

 

A investigação surgiu de uma denúncia feita pelo Conselho Estadual de Saúde ao Núcleo de Defesa do Patrimônio Público, coordenado pelo promotor Mauro Zaque.

 

De acordo com ele, a denúncia aponta a existência de nomes de pacientes relatados como tendo passado pela cirurgia de catarata, sendo que procedimento nenhum teria sido efetivamente realizado.