Apesar de ser da base de apoio do prefeito de Cuiaba Emanuel Pinheiro(MDB), na Câmara de Vereadores, o presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, o vereador Ricardo Saad (PSDB), acredita que boa parte dos problemas que está ocorrendo na saúde da capital se deve à falta de gestão e, sobretudo, falta de conhecimento ná area do atual secretário e procurador-geral Luiz Antônio Possas.
O parlamentar tucano ainda admitiu ter negado convite da Prefeitura, para ocupar a Secretaria Municipal de Saúde, sob a justificativa da dificuldade de gerir uma pasta 'em um lugar que falta estrutura e falta apoio'. Lembrando que o convite também foi feito ao tucano, Maurélio Ribeiro [ambos médicos], já que convites desta magnitude miram primeiro a sigla. E que o prefeito emedebista teria colocado o procurador Luiz Antônio Possas para chefiar a Saúde para ‘apagar o incêndio’ deixado com a prisão do antigo gestor, Huark Correa, afastado após a deflagração da operação Sangria.
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, nesta sexta-feira (7), Saad também revelou que não acredita que a secretaria esteja sendo alvo de boicote, ao tentar explicar a falta de medicamentos e insumos básicos para atendimento de pacientes no Pronto Socorro, como foi revelado recentemente por Pinheiro. Ressaltando que Possas não seria, no entanto, um mal gestor, mas que lhhe faltaria conhecimento na área para tocar as unidades públicas da Capital.
“Essa hora que eu falo que falta o quê? Gestão, não que ele [Luiz Antônio Possas] seja um mal gestor, mas falta conhecimento de como se comportar, como tocar, o centro de saúde, o hospital, o Pronto Socorro aí se fica refém de informações que chegam a você”, disse durante a entrevista.
Na última semana, a equipe do 'O Bom da Notícia' esteve no Pronto Socorro de Cuiabá para conferir de perto a situação da unidade após vários relatos de falta de insumos e remédios. A reportagem falou com diversos acompanhantes e profissionais que atuam no hospital, além de fotografar e filmar as condições precárias de higiene e atendimento. Sem querer se identificar, médicos e enfermeiros escreveram à mão um relato do que tem acontecido na unidade de saúde.
De acordo com eles, faltam álcool 70%, faixas, gazes para curativos, luvas, algodão, esparadrapos e medicamentos como os anticoagulantes Clexane e Heparina, por exemplo. Estão em falta ainda o remédio para dor Hidrocortisona, de 100 e 500 ml, e até mesmo Soro Fisiológico.
O prefeito chegou a rebater as imagens e chegou a revelar que teria recebido denúncias que a falta de medicamentos e insumos básicos seriam oriundos de boicotes. O que foi rebatido pelo presidente da Comissão de Saúde na Câmara; para ele o que está ocorrendo na pasta poderia ser descrito mais como falta controle sobre estes produtos.
“Não acredito que exista um boicote desse tamanho, que as pessoas deixam de dar material, de servir o que tem que colocar lá dentro. O que eu acho que não está conseguindo dimensionar o quanto de material está sendo gasto hoje, quando vai gastara amanhã, na semana e no mês. pois quem roubaria remédios, quem vai boicotar um paciente que está hospitalizado necessitando de remédios. Falta gestão e, sobrtudo, comando para fazer esse remédio chegar no local”, ainda declarou.