Boa parte do mundo ocidental vem atravessando uma forte onda negacionista, com consequências visíveis em países como o Brasil, que vêm batendo sucessivos records de mortes e infecções pelo novo coronavírus; essa praga do século XXI. O clima negacionista e as ameaças que a jovem democracia brasileira tem sofrido, impactam profundamente a Academia que é, por necessidade, um local de livre pensar e de circulação de ideias. As Universidades Públicas (UP) caracterizam-se por suas decisões colegiadas em todos os níveis, com total transparência de ações e decisões tomadas democraticamente. Foi uma dura conquista da constituição de 1988; e é justamente por possibilitarem aos estudantes o livre exercício da democracia, que as UP formam tantas lideranças Brasil a fora. Impera nestas instituições um clima de convencimento, em oposição ao puro e simples exercício da autoridade. As UP hoje têm mais de cinquenta por cento de seus matriculados negros, índios ou oriundos de escolas públicas, acolhendo também o público LGBTQ+.
Como não poderia deixar de ser, a meritocracia acadêmica é a mola propulsora destas instituições. Há um constante esforço para a qualificação do quadro docente e técnico-administrativo e uma constante preocupação com a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão, oferecidos. Nesse sentido, a Universidade Federal de Mato Grosso foi classificada em 33º lugar, no Ranking Universitário do Jornal Folha de São Paulo, o que a coloca entre as 15% melhores do país. No índice Geral de Cursos (IGC do MEC) a instituição tem média 4, em uma escala de 5. Tudo isso ainda é pouco, muito pouco perto do que podemos alcançar. Para tal temos que estar em eterna vigilância para que os avanços obtidos não sofram retrocessos mas, mais do que isso, notadamente nos tempos que estamos atravessando, é ter a ousadia de perseguirmos novos caminhos, embalados no sonho da UNISELVA, a utopia dos nossos fundadores.
Essa pandemia que vivemos, nos mostrou de forma evidente e clara que além do conhecimento técnico, que obviamente tem que existir em qualquer setor da ciência, qualquer que seja o ramo da ciência, o maior benefício da universidade para a sociedade é a formação para a cidadania, e isso tem que ser intensificado, tem que ser ampliado e não podemos aceitar retrocessos de qualquer governo que seja, de qualquer espectro ideológico! Essa é a matriz principal da maior contribuição que a universidade pode dar para a sociedade, para a sua evolução, que é a melhoria da educação de seu povo!!!! Porque da educação de seu povo, vem o respeito à ciência, à medicina, à cultura, ao conhecimento técnico, com produtos que possam combater a pandemia, como as vacinas ou os fármacos, porém se não tivermos uma educação cidadã, nada disso proliferará na sociedade. É nesse momento de obscurantismo e de negacionismo que vivemos, que os professores, técnicos e alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de Química, Matemática e Estatística, que juntos compõem o Instituto de Ciências Exatas e da Terra da UFMT, estarão uma vez mais, exercendo a democracia quando, no dia 23 de abril, elegerão o novo diretor do ICET, para um período de quatros anos. Essa pessoa deverá ser um pesquisador e professor respeitado, que tenha uma boa experiência administrativa, que seja dinâmico e que busque liderar o instituto tendo valores como a Qualidade, a Democracia, a Ética e a Transparência com o principal norte. De forma ressonante com esse pensamento e com as energias positivas, coloquei meu nome à disposição da comunidade universitária do ICET, como candidato ao cargo de Diretor e assim, contribuir com a comunidade universitária do ICET e da UFMT na busca da melhoria da qualidade na formação e de todos os serviços prestados pelos cursos e departamentos do ICET. Por fim, gostaria de dizer que respeito, lealdade e amizade, não são produtos disponíveis numa prateleira com preço fixo, são valores que se conquistam, com as práticas no viver do dia a dia!!!!
Prof. Dr. Evandro Luiz Dall’Oglio - professor da Universidade Federal de Mato Grosso
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