Em entrevista à Rádio Metrópole FM nesta segunda-feira (28), a advogada especialista em casos de violência doméstica, Fabiana Scorpioni, explicou como identificar o ‘Gaslighting’, comumente linkado à prática de violência psicológica em relacionamentos afetivos.
O Gaslighting é conhecido em algumas outras situações como o ato ou prática de enganar alguém, grosseiramente, especialmente para [obter] vantagem pessoal. Em português, o termo não tem uma tradução equivalente, mas pode ser traduzido como manipulação, quase sempre associado a abuso emocional, como um tipo de violência psicológica.
O abusador quando percebe que a vítima está escapando, ele volta a dar aquele amor e carinho do início da relação, que podemos chamar de morde e assopra
De acordo com a advogada, pessoas que praticam o ‘gaslighting’ vivenciam um relacionamento de ‘morde e assopra’, onde ela disponibiliza muito sentimento de afetividade para o parceiro e depois sem motivo algum ‘para’, como forma de manipular.
“O abusador quando percebe que a vítima está escapando, ele volta a dar aquele amor e carinho do início da relação, que podemos chamar de morde e assopra. Onde ele te machuca e te maltrata e quando vê que a vítima está escapando, ele dá uma reviravolta e retoma a relação com muito amor. Ao garantir que ela volte o ciclo novamente. Existe uma coisa que chamamos como Gaslighting, que é exatamente essas sensações que fazemos as pessoas sentir, as manipulações para se conseguir o que quer, em seu benefício. A pessoa que sofre com o gaslighting passa a evitar até mesmo decisões consideradas simples, por acreditar que não consegue fazer algo de maneira satisfatória. É comum que a pessoa comece a se apegar cada vez mais ao parceiro abusivo, e crie um vínculo de difícil rompimento”, explicou
Fabiane frisou que pessoas ‘narcisista’ sentem prazer na prática do ‘Gaslighting’, pois é uma forma de se manter no controle.
“O narcisista sente prazer em ver a vítima se ferindo, que a cura vá demorar, assim, consequentemente se afastando completamente de amigos e familiares”, disse