Dando continuidade ao Protocolo Ouro Sem Mercúrio, assinado em setembro durante o lançamento da Expominério 2025, o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) consolidou nesta semana um novo avanço para a agenda de mineração sustentável na Baixada Cuiabana. Após a assinatura da Carta de Cuiabá, no dia 8 de novembro, as seis mineradoras signatárias reunidas durante a Expominério estruturaram os Grupos de Trabalho (GTs) que irão operacionalizar os eixos temáticos previstos no documento, iniciando oficialmente a implementação das ações do projeto.
As mineradoras Moriá, Chimbuva, Santa Clara, Buriti, Avante e Chapéu do Sol formalizaram sua participação ativa na execução dos eixos estratégicos, com início imediato das atividades, tendo a Rastreabilidade Mineral como eixo prioritário, em parceria com o Núcleo de Pesquisa para Pequena Mineração Responsável da USP - Nap. Mineração. Os GTs passam a atuar como instâncias técnicas responsáveis por aprofundar diagnósticos, definir metodologias, estabelecer indicadores e organizar o plano de implementação de cada eixo — garantindo que os compromissos assumidos avancem de forma estruturada, integrada e mensurável.
A agenda ganhou relevância adicional com a realização da Expominério 2025, que mais uma vez reuniu mineradoras, autoridades, pesquisadores e representantes da cadeia produtiva. O evento reforçou o papel da mineração para o desenvolvimento socioeconômico do Mato Grosso, tema enfatizado por autoridades estaduais ao destacarem que a atividade representa uma das frentes de investimento com maior potencial de geração de emprego e diversificação econômica na região.
Histórico e significado da Carta de Cuiabá
A Carta de Cuiabá — assinada pelas seis mineradoras no dia 8/11 — formaliza o compromisso conjunto por uma mineração de ouro livre de mercúrio, tecnologicamente desenvolvida, socialmente sustentável e competitiva internacionalmente. Ela representa um novo capítulo na trajetória do setor mineral e consolida um movimento inédito de autotransformação e responsabilidade compartilhada, alinhado à Convenção de Minamata e às metas globais de transição ecológica.
Segundo o IBGM, o Projeto Ouro Sem Mercúrio na Baixada Cuiabana tem potencial para transformar a região em um modelo internacional de mineração moderna e sustentável, conectando o setor extrativo à indústria joalheira e a cadeias produtivas de maior valor agregado.
“A Carta de Cuiabá representa um divisor de águas para o setor mineral brasileiro. É o primeiro passo para reposicionar a mineração de pequena e média escala como um segmento legítimo, competitivo e comprometido com o futuro”, afirma Écio Morais, diretor executivo do IBGM.
O conteúdo estratégico da Carta
A Carta reconhece que a mineração de pequena e média escala responde por mais de 25% da produção nacional de ouro, 80% das unidades mineradoras e gera quase um milhão de empregos — papel socioeconômico fundamental, mas historicamente pouco valorizado.
Para enfrentar desafios estruturais, de reputação e de governança, a Carta estabelece seis eixos estratégicos de atuação, agora já organizados em Grupos de Trabalho:
1. Rastreabilidade Mineral
2. Desenvolvimento Tecnológico
3. Aprimoramento do Marco Regulatório
4. Valorização Institucional da Mineração de Pequena e Média Escala
5. Inteligência e Dados Estatísticos
6. Capacitação e Qualificação de Recursos Humanos
Os GTs passam a conduzir a agenda técnica desses eixos, criando condições para que as metas evoluam de forma objetiva e contínua nos próximos meses.
Uma nova imagem para o ouro brasileiro
Com o avanço dos trabalhos, o IBGM e as mineradoras signatárias reafirmam o compromisso de reposicionar o ouro brasileiro como símbolo de sustentabilidade, rastreabilidade e desenvolvimento social, promovendo diálogo entre mineradores, governo, academia e sociedade.
“A Baixada Cuiabana tem tudo para se tornar uma vitrine da mineração que o Brasil precisa mostrar ao mundo — com tecnologia, transparência e valor agregado”, destaca Roberto Cavalcanti, presidente do Comitê de mineração do IBGM.
A Carta de Cuiabá, somada à organização dos GTs e ao protagonismo da Expominério 2025, estabelece um marco replicável para outras regiões do país e reforça a construção de uma nova reputação para a mineração brasileira — mais sustentável, mais inovadora e mais conectada aos desafios do século 21.
Relevância do ouro em Mato Grosso
Mato Grosso consolidou-se nos últimos anos como um dos polos mais relevantes da mineração de ouro no Brasil, combinando expressividade econômica, expansão produtiva e uma base forte de pequenas e médias mineradoras. O estado abriga operações que representam um segmento fundamental para o país: apenas a mineração de pequena e média escala da região responde por mais de 25% da produção nacional, por 80% das unidades mineradoras e gera quase 1 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos.
A Baixada Cuiabana, em especial, reúne empreendimentos como Moriá, Chimbuva, Santa Clara, Buriti, Avante e Chapéu do Sol, que formam um cluster minerário estratégico, historicamente responsável pela movimentação econômica local e crescente geração de receita estadual. De acordo com dados apresentados durante a Expominério, Mato Grosso arrecadou quase R$ 100 milhões em taxas de mineração entre 2023 e 2024, além de municípios como Peixoto de Azevedo contribuírem com cerca de 4% de toda a produção nacional de ouro. Esses indicadores confirmam o papel decisivo do estado para a economia brasileira e para o futuro da mineração sustentável, tecnológica e rastreável.
Sobre o IBGM
O Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) é a principal entidade representativa da cadeia produtiva de gemas, joias e metais preciosos no país.
Há mais de cinco décadas, atua na promoção da competitividade, sustentabilidade e legalidade do setor, conectando a mineração, a indústria e o design brasileiro aos mais altos padrões internacionais de governança e rastreabilidade.
O IBGM tem liderado iniciativas pioneiras que se tornaram referências nacionais em integridade e conformidade, como o Protocolo Ouro Sem Mercúrio e o Guia de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, ambos reconhecidos por fortalecer a transparência e a credibilidade do setor mineral e joalheiro.
Sua missão é integrar, representar e fortalecer todos os elos da cadeia — da mineração à joalheria — promovendo inovação, valorização do produto brasileiro e acesso a mercados, com base em ética, transparência e responsabilidade socioambiental.
A atuação do Instituto é estruturada em três frentes estratégicas:
1. Ambiente interno: qualificação e aumento da competitividade das empresas do setor.
2. Ambiente externo: contribuição técnica na proposição políticas públicas, regulação e ambiente de negócios.
3. Acesso a mercados: promoção comercial e reputacional do Brasil como polo de excelência em gemas e joias.
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