O Santuário de Elefantes do Brasil prepara para receber nos próximos dias a quinta moradora do local. No início desta semana, Lady deixou João Pessoa, com destino à Chapada dos Guimarãe (65 km distante de Cuiabá).
Segundo o SEB, a elefanta passou a maior parte de sua vida trabalhando em circos e, em 2013, foi confiscada devido a maus-tratos que sofria. Assim, enviada para viver no zoológico, no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa, na Paraíba, onde estava até a decisão de ficar em definitivo no santuário.
Para chegar em Chapada, Lady está percorrendo 3,2 mil quilômetros de viagem, até o seu novo lar, onde ganhará companhia de outros animais da mesma espécie. A previsão é que a elefanta chegue dentro dos próximos cinco dias, se tudo ocorrer bem durante o percurso. Em caso de algum desconforto do animal, deverá haver uma parada até que a elefanta se sinta novamente confortável para seguir viagem.
“A previsão é que a elefanta chegue dentro dos próximos cinco dias, se tudo ocorrer bem durante o percurso”
Durante a longa viagem, Lady deverá ser mantida com muitas frutas e água, no máximo conforto possível.
De acordo com o médico veterinário da Bica, Thiago Nery, no final da sermana passada, Lady explorou a caixa de transporte, até que entrou nela por vontade própria e se familiarizou com o ambiente.
“Nós não queremos um animal que viaje de quatro à cinco dias e ache ruim. [...] De fato ela se aproximou bem da caixa e está se sentindo confortável”, afirmou.
Depois de anos de tribulação, após a realização de uma audiência definitiva de conciliação, no dia 30 de outubro, a Justiça Federal definiu a transferência da elefanta para o Santuário de Elefantes do Brasil, em Mato Grosso.
A convivência com outros animais da mesma espécie foi um dos motivos pelos quais a justiça determinou a transferência. O procedimento foi aberto depois de denúncias de maus-tratos e após a elefanta derrubar a cerca de proteção e escapar de área protegida na Bica.
Santuário em Chapada
O Santuário de Elefantes Brasil, em Chapada, possui uma área que equivale a 1.540 campos de futebol dedicada exclusivamente na conversação dessas espécies em solo mato-grossense, podendo receber até 50 elefantes para recuperação.
Com 1,1 mil hectares, o santuário foi adquirido por meio de doações de organizações internacionais especificamente para abrigar elefantes. O terreno repleto de morros e nascentes é o ambiente ideal para a recuperação sadia desses animais vítimas de maus tratos.
Os primeiros hóspedes do santuário foram as elefantas Maia e Guida, que estavam a mais de 40 anos vivendo em cativeiro. O transporte foi feito graças a contribuição de internautas que arrecadam a quantia em uma campanha online, para custear a viagem das fêmeas. As duas elefantas foram confiscadas de um circo na Bahia e ainda viveram seis anos em Paraguaçu, cidade ao sul de Minas Gerais.
Com idades avaliadas de forma aproximada, Maia, 44 anos, e Guida, 42 anos, estão há mais de dois anos em seu novo lar.
Depois foi a vez de Ramba, em 18 de outubro deste ano. Ela foi transportada de Santiago, no Chile, em um avião boeing 747 cargueiro. Percorreu mais de 1.400 km por terraaté chegar ao Santuário.
Ramba é a última elefanta de circo do Chile e o trâmite para que ela fosse transferida para o Brasil durou seis anos, sendo dois deles dedicados somente à logística da viagem.(Com assessoria)