Em entrevista à CBN Cuiabá, no final da semana passada, quando o Programa de Policiamento Patrulha Maria da Penha, em Mato Grosso, completou três anos de sua implantação, a sua comandante, a tenente-coronel Emirella Martins, fez questão de explicar que a ação tem como base o atendimento de medidas protetivas de urgência decretadas pela Justiça, e não na confecção de Boletins de Ocorrências ou no primeiro atendimento às estas mulheres..
Aliás, nas várias vezes em que a coronel Emirella conversou com a imprensa ou foi entrevistada pelo O Bom da Notícia ela fez questão de frisar que a Patrulha não possui a função de confeccionar BOs. O trabalho é após estas ocorrências, depois do crime cometido. Assim o Programa vai realizar o monitoramento desta mulher que esteve na delegacia, que denunciou a violência, que pediu a Medida Protetiva de Urgência e que foi deferida pelo Judiciário.
"Após o deferimento da Medida Protetiva de Urgência que entramos em ação. Como? Monitorando. Ou seja, passamos a acompanhar esta mulher dentro deste contexto de violência doméstica em que ela vive ou viveu. Realizando visitas regulares com a finalidade de fiscalizar essas medidas protetivas. Ou seja, é mais um trabalho realizado pela PM para garantir a proteção dessas mulheres que já pediram socorro. Havia um número muito alto não só destas ocorrência mas, sobretudo, de reincidências, com a patrulha esta situação mudou muito, pois hoje estamos observando se houve o descumprimento desta protetiva. Sobretduo, se esta mulher está conseguindo sair deste ciclo de violência. E posso garantir, com bastante satisfação, que temos alcançado esse objetivo, que é evitar a reincidência. Em especial, evitar que dentro deste ciclo de violência a mulher acabe sendo alvo do feminicídio que é, aliás, o nosso principal alvo. Assim, é com bastante satisfação que podemos falar que ocorreram sensíveis avanços nestes três anos de Patrulha, em Mato Grosso".
Assim, tanto na capital mato-grossense, como em outros municípios do Estado, a Polícia Militar acompanha e monitora de perto aquelas mulheres que já sofreram algum tipo de agressão, seja verbal, física ou até ameaças de homens com os quais mantinham algum tipo de relacionamento íntimo e de confiança
Ao lembrar que hoje a Patrulha está em 32 cidades de Mato Grosso, dentre eles estão Cuiabá, Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Sinop, Sorriso, Rondonópolis, Jaciara, Alto Araguaia, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, General Carneiro, Primavera do Leste, Ribeirãozinho, Torixoréu, Novo São Joaquim, Cáceres, Tangará da Serra, Juína, Juara, Alta Floresta, Primavera do Leste, Comodoro, Pontes e Lacerda e Querência - mais os distritos de Indianópolis, Vale dos Sonhos e Itaquerê.
A ideia, ainda diz Emirella, é alcançar todo o Estado a partir dos Batalhões Operacionais distribuidos em todo o Estado, por meio dos comandos regionais.
"Atualmente temos 32 cidades com o atendimento ativo e por meio destas cidades atendemos até 90 municípios efetivamente. Com a inclusão de novos policiais militares na Corporação, queremos estar o mais rápido possível em todos os municípios de Mato Grosso. Com relação aos números de 2022, acolhemos 4.525 mulheres. E fiscalizando mais de 12 mil medidas protetivas de urgência".
Emirella é graduada em Segurança Pública pelo Curso de Formação de Oficiais na Academia de Polícia Militar Costa Verde (2001), Pós Graduada em Políticas de Segurança Pública e Direitos Humanos pela UFMT e mestranda em Doble Master em Violência Doméstica e de Gênero.
Ainda tem experiência em Segurança Pública, atuando, principalmente, no atendimento à violência doméstica, policiamento comunitário, mediação de conflito, programa educacional de resistência às drogas e violência - Proerd, comunicação social, marketing institucional e, claro, comandando a Patrulha Maria da Penha.