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POLÍTICA Quinta-feira, 24 de Agosto de 2023, 16:21 - A | A

Quinta-feira, 24 de Agosto de 2023, 16h:21 - A | A

FEMINICIDA

Delegado diz que ex-militar matou Cristiane asfixiada, descartou o corpo e foi se encontrar com outra mulher

Da Redação do O Bom da Notícia

O delegado Marcel Gomes de Oliveira, - da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) - disse nesta quinta-feira(24), à imprensa, que o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis pressionou a perna e joelho na barriga da advogada Cristiane Castrillon Tirloni, é em seguida, utilizou um travesseiro para asfixiá-la, após discussão durante o ato sexual. O crime ocorreu em 13 de agosto.

As investigações da Polícia Civil concluíram que não houve consentimento da vítima para o ato sexual, o que configura crime de estupro. "A morte se deu por asfixia, sangria e estrangulamento. Por isso, houve o indiciamento por homicídio qualificado com impossibilidade de defesa da vítima. A vítima se recusou a fazer sexo e, a partir daí, acreditamos que houve essa reação violenta pelo indiciado", revelou o delgado.

Após matar a advogada, Almir limpou a casa para apagar as marcas de sangue. Em seguida, colocou a vítima dentro do carro e colocou um óculos escuros nela para simular que seria uma passageira. O criminoso deixou o corpo da vítima no estacionamento do Parque das Águas, em Cuiabá, onde foi encontrado pelo irmão da vítima que recorreu a um aplicativo de localização de celular.

O delegando ainda revelou que o ex-PM foi flagrado na porta da sua casa minutos após ele de deixado corpo de Cristiane no Parque das Águas, recebendo uma outra mulher.

A mulher, que foi testemunha no caso, afirmou que conheceu o agressor por aplicativo de relacionamento e que estavam no terceiro encontro. Segundo ela, durante o ato sexual, ele chegou a segurá-la com força pelo pulso e tentou praticar sexo anal. Quando reagiu e negou, não consentindo o ato.

Para a polícia, foi o que aconteceu com Cristiane. "Ele fez o mesmo modus operandi e não conseguiu efetivamente. Ele prendeu os braços dela para trás para forçar uma relação de sexo anal. Ela não permitiu naquele momento, o que acreditamos que aconteceu também com a Cristiane. E pela Cristiane não permitir a prática deste ato, injustamente foi agredida e espancada. Havia sinais de agressão comprovados pela perícia. Tinha marcas na mão dela e na região da cabeça onde levou várias pancadas", explicou o delegado.

A perícia constatou diversas manchas de sangue nas quinas dos móveis onde a vítima teria batido a cabeça. Ela apresentava diversas lesões no crânio, lesões nas partes íntimas, além de vários hematomas no rosto.

Conforme análise da Polícia Civil, o suspeito matou Cristiane após cometer o estupro, e depois a matou. Para tentar sair impune do crime, abandonou o corpo no Parque das Águas, em uma tentativa confundir a polícia.

O caso

Almir e Cristiane se conheceram durante o final de semana, em um bar, e depois foram para a casa do ex-soldado. No imóvel, ela foi agredida e ficou inconsciente.

Ex-soldado da Polícia Militar, Almir Monteiro dos Reis, foi indiciado pelo homicídio quadruplamente qualificado da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos. O corpo dela foi encontrado pelo irmão em um carro no Parque das Águas, em Cuiabá. Ela estava com sinais de agressão e foi asfixiada.

Almir vai responder pelo homicídio quadruplamente qualificado, fraude processual por ter limpado a cena do crime usando creolina e sabão em pó, e estupro, ocorrido antes da morte da vítima.

As qualificadoras pelo homicídio foram: recurso que impossibilitou defesa da vítima; feminicídio; asfixia, proveniente de um tamponamento, pois o acusado pressionou a perna na barriga de Cristiane e também pode ter utilizado um travesseiro para finalizar a asfixia; e motivo fútil.