Confrontos seguidos de morte e denúncias de manipulação de votos marcaram o dia de eleições presidenciais em Bangladesh neste domingo (30). As urnas fecharam às 16h (horário local. 8h de Brasília).
Pelo menos dez pessoas morreram e 20 ficaram feridas após confrontos entre seguidores de partidos políticos rivais.
Segundo informações da Reuters, o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), principal de oposição, disse que um de seus candidatos foi esfaqueado enquanto se deslocava em seu círculo eleitoral. De acordo com a polícia, as circunstâncias do ataque a Salahuddin Ahmed ainda não foram esclarecidas.
Além dos confrontos, cidadãos registraram denúncias de manipulação de votos, segundo um porta-voz da Comissão Eleitoral.
"As alegações estão vindo de todo o país e estão sob investigação. Se recebermos alguma confirmação de nossos próprios canais, as medidas serão tomadas de acordo com as regras", disse o representante S.M. Asaduzzaman em entrevista à Reuters.
Segundo informações da Efe, o principal partido islâmico de Bangladesh, Jamaat-e-Islami, anunciou boicote às eleições. O partido teve registro cancelado por um tribunal do país, mas conseguiu participar sob o amparo do BNP.
"Não podemos nos envolver nesse processo ilegal, e é por isso que os nossos candidatos que funcionam sob o símbolo 'planta de arroz' (que identifica o BNP) rejeitaram e boicotaram a votação em seus respectivos distritos", disse o secretário geral do partido, Shafiqur Rahman, em um comunicado.
A internet móvel foi bloqueada no país e, segundo testemunhas da Reuters, as ruas estavam desertas e a participação nas urnas foi baixa. Líderes opositores classificam a campanha como a mais repressora da história do país e relataram mais de 8,2 mil prisões e 12 mil feridos nos últimos meses.
A atual primeira-ministra, Sheikh Hasina, aparece como a favorita. Hasina chegou ao poder em 2009 e é a líder com mais tempo de mandato em Bangladesh.