A Assembleia Legislativa aprovou na manhã desta quinta-feira (14), em primeira votação, a projeto de lei que prevê a criação do Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), que terá seus recursos destinados 100% a saúde pública.
No total, foram apresentadas oito emendas a mensagem. Destas, apenas seis foram aprovadas. As duas rejeitadas dizem respeito a destinação de recursos aos hospitais filantrópicos São Benedito e ao MT Saúde.
Já entre as mudanças aprovadas, estão emendas que visam a assegurar a aplicação dos recursos do fundo na Saúde, inclusive depois que ele for extinto. Uma outra altera a contribuição do setor atacadista para que seja sobre o valor incentivado, e outra isenta as cervejarias artesanais de pagarem a taxa.
“Aprovamos hoje em primeira votação o fundo de estabilização fiscal, que tem o recurso destinado para a saúde de Mato Grosso. Foram oito emendas apresentadas, seis aprovadas e duas rejeitadas após muita discussão. Foi votado em primeira, ainda temos os ritos da Casa a serem cumpridos, mas foi um entendimento. Até pela necessidade de dar celeridade na aprovação do fundo”, explicou o líder do Governo, deputado Leonardo Albuquerque (SD).
O texto ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para uma segunda votação e retornar ao plenária na sessão da próxima semana.
O FUNDO
A estimativa do governo, com o novo fundo, é arrecadar mais de R$ 180 milhões por ano e os recursos serão investidos exclusivamente em saúde. O governo quer arrecadar R$ 107,2 milhões ainda este ano, entre os meses de junho e dezembro e mais R$ 76,6 milhões para o período de janeiro a maio de 2019.
O governo justifica, no projeto, que nem todos os setores vão contribuir com o novo fundo, apenas os que concordaram com a sua criação. Antes de o projeto ser enviado para a ALMT, o governo fez uma série de reuniões com os representantes dos setores econômicos de Mato Grosso.
Entre os beneficiados pelo Prodeic e/ou Prodei, estão obrigados ao recolhimento do novo fundo, dez setores. São eles: os setores de frigorífico (abate de bovinos), fabricação de óleo vegetal em bruto, óleos refinados (exceto óleo de milho); moagem e fabricação de produtos de origem vegetal; cervejas e chopes; refrigerantes; biocombustíveis (exceto álcool); cimento; colchões e comércio varejista especializado em eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo. Pelo projeto, o novo fundo poderá existir por três anos (a contar de junho de 2018), ficando sujeito a renovação a cada 12 meses. Apesar dos recursos serem para pagar despesas da saúde, o fundo será gerido pela Secretaria de Estado de Fazenda.
Outro detalhe no texto é que as empresas que vão recolher o FEEF são somente as que tiveram piso de mais de R$ 2 milhões, ou seja, estão fora do Simples Nacional. Com a proposta, o Governo de Mato Grosso espera arrecadar ainda em 2018, mais R$ 107 milhões, levando em conta os valores do ano passado. Já para o ano que vem deve ser arrecadado mais R$ 183,7 milhões.
O FEEF/MT está sendo criado como contrapartida à fruição de incentivos e benefícios fiscais, financeirofiscais ou financeiros, que resultem em redução do valor do imposto a ser pago, conforme definição expressa em lei. O recolhimento do FEEF será de apenas 2% sobre o valor total das notas fiscais, relativas a aquisições interestaduais realizadas no período.