Quarta-feira, 27 de Agosto de 2025

POLÍTICA Quarta-feira, 27 de Agosto de 2025, 12:03 - A | A

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Emocionada, Maysa Leão denuncia ausência de unidade especializada para crianças vítimas de abuso sexual

Evelyn Souza/ O Bom da Notícia

A vereadora Maysa Leão (Republicanos) se emocionou ao comentar, nesta terça-feira (26), as críticas que recebeu após uma adolescente vítima de estupro relatar abusos durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Cuiabá. Para a parlamentar, a maior preocupação deveria ser com a jovem e não com sua atuação como vereadora.

Maysa destacou que, atualmente, não existe em Cuiabá um dispositivo público estruturado para atender crianças vítimas de violência sexual. Segundo ela, meninas e meninos que sofrem abusos dentro de casa muitas vezes não encontram apoio adequado.

“Não existe um dispositivo no município de Cuiabá que cuide dessas crianças que sofrem abusos, estupros e violências. Nós não temos psicoterapia no município de Cuiabá e no estado de Mato Grosso para a menor de idade. Uma ONG que existe há 12 anos atende essa menina, essa jovem”, disse.

A adolescente, que estava acompanhada de profissionais da assistência social e da mãe durante a audiência pública, relatou ter sido estuprada pelo padrasto, por um tio e pelo próprio pai, que a dopava, a usava para vender drogas e a afastou da mãe sob o pretexto de cuidar dela. Maysa enfatizou que a jovem subiu voluntariamente ao plenário para pedir socorro, sem qualquer pressão ou manipulação por parte da vereadora.

Com a voz embargada, a parlamentar lamentou que a repercussão tenha priorizado críticas à sua atuação, e não a proteção da vítima.

“De todas as pessoas que me procuraram, ninguém perguntou se o pai dela estava preso, se ela ainda corria risco. Então qual é a real preocupação? Comigo? Eu não tenho telhado de vidro. Fiz o que era certo”, afirmou.

O episódio gerou debate ético sobre a exposição de vítimas menores de idade, com questionamentos sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Maysa reforçou que a identidade da adolescente não foi revelada publicamente e que o ato ocorreu com respaldo técnico, já que a jovem estava assistida por psicóloga e assistente social, destacando, mais uma vez, a urgência de criar dispositivos públicos efetivos para atendimento de crianças vítimas de violência em Cuiabá.