Ainda que o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal, apenas tenha imposto medidas cautelares contra o delegado aposentado e ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, como a colocação de tornozeleira eletrônica, instalada nesta segunda-feira (18), consta no inquérito que pede a prisão de Jarbas possui uma 'personalidade violenta e perseguidora'.
No pedido de prisão feito pelas delegadas Ana Cristina Feldner e Jannira Laranjeira Siqueira Campos Moura e não acatado pelo magistrado, em decisão do último dia 22 de outubro, as delegadas enumeraram as manobras realizadas por Jarbas para intimidar, atrapalhar e constranger as investigações.
Na ação ainda consta que Jarbas teria ameaçado e tentado coagir pelo menos seis delegados ligados à investigação do esquema de escutas clandestinas, no governo de Pedro Taques (PSDB). E ainda o promotor de justiça, Mauro Zaque, quatro PMs e uma assessora de imprensa da a Polícia Civil.
O ex-secretário - segundo inquérito -, perseguiu a delegada Alessandra Saturnino, após sua negativa em participar do esquema de arapongagem, que ficou conhecido como Grampolândia Pantaneira.
Jarbas teria, igualmente 'coagido' a delegada Alana Darlene Cardoso, para que ela prestasse declarações que infringiriam suas atribuições legais. A negativa da delegada resultou em uma perseguição possivelmente tão grande já que ele teve "um colapso nervoso" por conta disto.
Tendo ainda perseguido - de acordo com investigação -, Rafael Meneguini, Alessandra Saturnino, Alana Darlene e Flávio Stringueta, como forma de fragilizar e desqualificar as investigações sobre a grampolândia.
Outros alvos do delegado aposentado foi a delegada Ana Cristina Feldner, quatro policiais militares que foram exonerados em julho de 2017, pois eles estavam ligados ao início das investigações e ainda uma assessora de imprensa da Polícia Civil.
Em outubro o ex-secretário foi aposentado como delegado aos 45 anos. Por determinação da 7ª vara Criminal ele irá usar tornozeleira, além de ter que dormir em casa todas as noites e não poder se aproximar dos outros investigados pelos grampos ilegais.