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POLÍTICA Terça-feira, 15 de Março de 2022, 14:14 - A | A

Terça-feira, 15 de Março de 2022, 14h:14 - A | A

PACCOLA FAZ NOTA DE REPÚDIO

Filme de Gentili ganha repúdio de políticos em MT; Ministério da Justiça determina suspensão de longa-metragem

O Bom da Notícia /Com Assessoria

(Foto: Ilustração)

FILME DE PORCHAT E GENTILI.png

 

Amplamente repudiado, o filme da Netflix “Como se tornar o pior aluno da escola” protagonizou uma cena de pedofilia que causou revolta nacional. Desta forma, o vereador por Cuiabá, tenente coronel Paccola, emitiu nesta terça-feira, 15, durante a Sessão Ordinária na Câmara Municipal de Cuiabá, uma Nota de Repúdio para que o filme seja retirado do ar, pois banaliza a pedofilia e ataca fortemente a família, uma das defesas do parlamentar.

“Estamos em uma guerra de quatro níveis: ideológica, cultural, política e física. É inaceitável que continuem atacando nossas famílias e nossas crianças. Essa guerra cultural expressa pela arte traz consequências no padrão ético e moral em que a sociedade vive. Certa vez um homem nu foi tocado por crianças em uma exposição em São Paulo, agora um filme com essa cena repugnante. Deixo meu repúdio a este filme que faz apologia à pedofilia, uma abominação que demostra que estamos próximos aos fins dos tempos. Nós não iremos nos calar e vamos fazer de tudo para tirar do ar essa monstruosidade.”, declarou Paccola.

NOTA DE REPÚDIO

Com base no que dispõe o Art. 142, XIV do Regimento Interno desta Augusta Casa de Leis, requeiro à Mesa Diretora, com anuência do Soberano Plenário que, proceda o devido registro nos Anais deste Legislativo e encaminhe a presente Moção de Repúdio ao filme “Como se tornar o pior aluno da escola” em catálogo no Netflix, por apologia à pedofilia.

Esta Moção de Repúdio tem por finalidade, rechaçar veementemente, a explícita apologia à pedofilia trazida no filme escrito pelo apresentador, Danilo Gentili “Como ser o pior aluno da escola”, lançado em 2017 entrando no catálogo da Netflix recentemente, tornando-se alvo de críticas nas redes sociais.

O filme narra como o personagem Pedro encontra um diário que ensina como provocar caos na escola sem ser pego e resolve seguir as dicas de seu amigo Bernardo. A cena que causa repulsa envolve Cristiano (ator Fábio Porchat), onde pede que duas crianças façam um ato sexual nele, e ainda, a cena sugere que Cristiano coloca a mão da criança em seu órgão genial, satisfazendo seu desejo.

É lamentável a normalização do abuso sexual infantil em um filme que se classifica como comédia, bem como, a monstruosa capacidade de envolver crianças em um filme como este.

Desta forma, encaminhamos por meio dessa Moção, o repúdio ao filme “Como se tornar o pior aluno da escola” em catálogo no Netflix, por apologia à pedofilia. 

Justiça determina suspensão

Matéria veiculada nesta terça, no portal - O Estado de Minas -, aponta determinação do Ministério da Justiça na suspensão do filme ''Como se tornar o pior aluno da escola' em plataformas de streaming.

O despacho da Secretaria Nacional do Consumidor, já publicado no Diário Oficial da União, informa que caso “a disponibilização, exibição e oferta” do filme não sejam interrompidas em até cinco dias, deve ser aplicada multa diária de R$ 50 mil.

Segundo a decisão, assinada pela diretora do Departamento de Proteção e de Defesa do Consumidor, Lilian Brandão, a medida foi tomada “tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista”.

Inspirado em um livro do comediante e apresentador Danilo Gentili, que também atua no filme, o longa, de 2017, é acusado de fazer apologia à pedofilia. A história gira em torno de dois adolescentes, interpretados pelos atores Bruno Munhoz e Daniel Pimentel, que encontram um diário com “dicas” de como se tornar “o pior aluno da escola”.

Um trecho do filme que circulou ontem (14) nas redes sociais gerou polêmica, especialmente quando o inspetor, vivido por Fábio Porchat, sugere um ato sexual por parte dos garotos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, que já havia se manifestado sobre a polêmica dizendo que tinha pedido a “vários setores” da pasta que adotassem as medidas cabíveis, compartilhou a decisão em suas redes sociais nesta terça-feira.

A postagem recebeu o apoio de outros membros do governo federal, como o secretário de Cultura, Mário Frias, e a ministra Damares Alves, que comanda a Secretaria da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Senador, deputada e coletivos repudiam cena

O senador por Mato Grosso Wellington Fagundes (PL), a deputada emedebista, Janaina Riva e vários coletivos e movimentos que fazem a defesa dos direitos humanos em Cuiabá, usaram nesta última segunda-feira(14), suas redes sociais para, igualmente, manifestarem repúdio ao longa-metragem por trazer cenas explícitas de 'incentivo a pedofilia'. 

O filme de 2017, estreou na Netflix recentemennte e traz uma cena, em especial, que se tornou alvo de centenas de críticas, protagonizada por Fábio Porchat. Ele interpreta, no filme brasileiro, um homem com desvios sexuais e propõe que dois garotos menores de idade parem de discutir entre si e o masturbem. Quando os meninos reagem com surpresa e indignação, o adulto diz que eles “têm que abrir a cabeça”.

Ontem, em seu Instagram a deputada Janaina Riva (MDB) ao asseverar que a cena incentiva a pedofilia, ainda frisa que isto é um crime! "Não é legal, não é engraçado e é criminoso! Naturalizar abusos, romantizar estupros, enfim, nada disso deveria estar na TV. A Netflix deve retirar esse filme de seu serviço de transmissão". 

Outro lado

Ontem, Gentili se defendeu das acusações e frisou, por meio de sua assessoria, que o filme é uma obra de ficção.

“Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas… O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente?”, ironizou.(Com informações do Estado de Minas)