O presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva (PT), ligou esta semana para a vereadora de Sinop (500 Km de Cuiabá), professora Graciele Marques (PT), que foi atacada verbalmente por um grupo de bolsonaristas durante a sessão ordinária desta segunda-feira (28), na Câmara de Vereadores do Município.
“Hoje tive a alegria de receber uma ligação de apoio do nosso Presidente eleito Lula. Sem palavras até agora para agradecer todo carinho que nosso mandato vem recebendo desde ontem. Que emoção, não estamos sós, só a luta muda a vida”, disse a vereadora.
O presidente eleito ainda em ligação pede para que a vereadora envie todos os registros das manifestações a ele; “você poderia me mandar todas essas coisas filmadas que você tem nesse telefone que estou te falando?”.
A parlamentar foi hostilizada por bolsonaristas durante a sessão ordinária no dia 28 de novembro, na Câmara Municipal. Imagens que circulam pelas redes sociais mostram o momento em que o grupo passa a desferir ‘vaias’ durante a fala da parlamentar e gritam repetitivamente ‘fora PT’.
O protesto teria sido motivado por conta de noticias falsas de que a vereadora iria exigir a retirada dos manifestantes que pedem ‘intervenção federal’ e anulação das eleições 2022 para Presidência da República. Os manifestantes seguem reclamando do resultado anunciado pelo Superior Tribunal Eleitoral (STE), que declarou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com sendo vencedor da disputa.
Os protestos bolsonaristas têm ocorrido desde o ultimo dia 30 de outubro, após resultado do segundo turno das eleições presidenciais, dando vitória à Lula com mais de dois milhões de votos de frente contra Jair Bolsonaro(PL), que buscava a reeleição.
O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, encaminhou nesta segunda-feira (28) um ofício para o Comando Geral da Polícia Militar solicitando proteção policial para a vereadora. Igualmente, a vereadora petista de Cuiabá, Edna Sampaio, lamentou os ataques sofridos pela colega de parlamento por meio de nota de repúdio.
A parlamentar municipal também ganhou o apoio do Grupo de Trabalho Violência Política de Gênero, da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), que enviou ao Ministério Público Eleitoral em Mato Grosso, notícia-crime com relato de possível violência política de gênero praticada contra ela.
Vale lembrar que Graciele Marques não se deixou intimidar pelos manifestantes e sem esquivar do seu direito, pautado pelo regimento interno, não abriu mão de sua fala na tribuna. E mesmo em meio às vaias, e com manifestantes ficando de costas, em um ato de protesto à ela, a vereadora disse que muitos estariam ali, inflados por mentiras que teriam sido disseminadas nas redes sociais, por alguns parlamentares daquele Legislativo, apontando que ela teria pedido que fosse colocado fim aos protestos bolsonaristas nas rodovias e em outros espaços.
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