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POLÍTICA Quinta-feira, 24 de Junho de 2021, 07:45 - A | A

Quinta-feira, 24 de Junho de 2021, 07h:45 - A | A

VACINAS EM CUIABÁ

Mendes rebate Emanuel e diz que prefeito mente: "vocês acreditam na conversa do paletó?"

Rafael Martins / O Bom da Notícia

Governador Mauro Mendes rebateu na noite desta quarta-feira (23), em conversa com jornalistas, durante entrega de 600 Títulos Fundiários, no bairro São João Del Rey, em Cuiabá, a declaração do prefeito Emanuel Pinheiro de que houve um 'boicote' a Cuiabá com relação ao envio de doses extras para a capital e chamou o emedebista de mentiroso. 

O governador sustenta que o prefeito faltou com a verdade quando anunciou que teria conseguido, via articulação politica, mais doses de imunizantes contra a Covid-19, para a cidade e agora, diante da realidade vir a público, volta divulgar informação falsa.

“Ele mente e depois vem com essa conversa? Ele mentiu e continua mentindo [...] vocês acreditam na conversa do paletó? [...] esse cidadão [Emanuel] tá enganando o povo de todas as formas. Nunca o ministro garantiu doses extras. Ele [Emanuel] gosta de pirotecnia, isso nem é uma novidade”, questionou o governador aos jornalistas.  

O termo “paletó” faz referência a um vídeo em que Emanuel aparece recebendo maços de dinheiro – supostamente de propina – à época em que era deputado estadual. O vídeo consta na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa.

Ele mente e depois vem com essa conversa? Ele mentiu e continua mentindo [...] vocês acreditam na conversa do paletó?

Na tarde de ontem (23), Emanuel alegou que houve interferência política para que o governo federal voltasse atrás no repasse de ‘doses extras’ para Cuiabá, como compensação à realização da Copa América. E foi bem claro, ao alegar que o governador teria interferido nessa questão. 

No entanto, até o momento ninguém confirma a versão apresentada pelo prefeito e pelo filho, o deputado federal Emanuelzinho (PTB), de envio de doses extras, apesar de terem gravado vídeo ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que chegou a anunciar que viria a capital para dar uma boa notícia. 

Porém, o ministro informou durante participação na Comissão Temporária da Covid-19, no Senado, que vem sendo discutido no Plano Nacional de Imunização a possibilidade de enviar mais doses aos estados de fronteiras com países da América do Sul para evitar a entrada de variantes. 

A troca de farpas entre Mendes e Emanuel vem se arrastando e esquentou ainda mais desde essa terça-feira (22), quando o prefeito denunciou o governador por usar a estrutura da Delegacia de Combate à Corrupção para prejudicar a gestão municipal, visando o pleito de 2022. Isto porque, em um ano, a prefeitura foi alvo de cinco operações e teve três secretários afastados. 

Medo

Em resposta rápida ao governador, o prefeito Emanuel Pinheiro disse que Mendes está com medo de enfrentá-lo nas urnas no pleito de 2022. O emedebista acredita que o chefe do Executivo Estadual tem atuado contra a sua gestão à frente do Palácio Alencastro com o intuito de inviabilizar o seu nome para a disputa eleitoral do próximo ano. Ocorre que Emanuel não descarta a possibilidade de vir a disputar a eleição ao Governo do Estado.

“Esse medo que o Governo do Estado está de eu aceitar uma possível candidatura  ao Governo do Estado, e quer me ganhar na baixaria, no tapetão, no uso da máquina [...] pode me chamar de paletó de mentiroso, mas o povo já sabe a verdade”, disse, em tom de ironia.

“Durante três anos e meio a minha gestão foi um exemplo. Julho do ano passado para cá, quando começou o processo eleitoral, especialmente a Decoor desandou a mirar Cuiabá, esqueceu que existe outros órgãos, e começam a forçar a barra para atingir a minha gestão. De julho pra cá, até julho não teve nada, licitei mais de R$ 100 milhões do HMC e não teve nada. Foi começar o processo eleitoral que começou essa perseguição implacável que vai desaguar em 2022”, completou Emanuel sugerindo, ainda, que os escândalos trazidos à tona por meio dessas operações foram plantados".

“Vamos esperar os processos findar, porque até agora boa parte deles está sendo arquivados. Existe escândalos, e existe escândalos fabricados”, finalizou.