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POLÍTICA Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020, 08:36 - A | A

Sexta-feira, 16 de Outubro de 2020, 08h:36 - A | A

QUEDA DE BRAÇO

Mesmo após ser acionado na Justiça Mauro Mendes chama Emanuel de ‘malandro de carteirinha’

Rafael Martins/O Bom da Notícia

Em conversa com jornalistas na manhã desta quinta-feira (15), durante lançamento do sistema de radiocomunicação digital, na Secretária de Estado de Segurança Pública, o governador Mauro Mendes (DEM), novamente, expôs duras críticas à índole do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), candidato à reeleição.

Segundo ele, sua confiança no Ministério Público e na Justiça, fazem crer que Emanuel Pinheiro “vai ter um fim igual ou pior do que o Silval”. A resposta veio após ser questionado sobre uma fala do prefeito sobre corrupção.

Emanuel teria dito que “agora ele não pode mais falar de mim, porque já tem dois. Um investigado pelo MP e outro pego em flagrante”. 

Na verdade, Emanuel Pinheiro é um malandro de carteirinha. Ele tem quatro secretários afastados por corrupção, tem uma fila de processos em investigação

Pinheiro estava se referindo ao secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, que estaria sendo investigado pela compra irregular de 50 respiradores. Recebendo nesta última quinta, um pedido formal e público de desculpas do próprio promotor de Justiça Célio Fúrio, da 35ª Promotoria de Justiça do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, que reconheceu o equívoco, e encaminhou as desculpas à Figueiredo, pela abertura de um inquérito que apurava supostas irregularidades na compra de respiradores e, claro, encerrando o caso.

“Na verdade, Emanuel Pinheiro é um malandro de carteirinha. Ele tem quatro secretários afastados por corrupção, tem uma fila de processos em investigação”, retrucou o governador.

Mauro Mendes, que já havia saído em defesa do secretário Gilberto Figueiredo, após a suposta irregularidades na compra dos respiradores, não aceitou o novo apontamento do desafeto político.

“Se ele quer provocar, então toma de volta, né?”, finalizou.

Conforme já noticiou O Bom da Notícia, Emanuel entrou com uma ação judicial, acusando o governador de ser um “cabo eleitoral” do também candidato a prefeito de Cuiabá, e adversário de Pinheiro nas eleições de 2020, Roberto França (Patriota). Oficialmente, o grupo liderado por Mendes dentro do Democratas, apoia França em sua candidatura.

Entre as afirmações de Mendes que vem “incomodando” Emanuel Pinheiro está um “elogio” do governador à Roberto França no dia 22 de setembro de 2020, quando disse que Cuiabá deve ser “resgatada dos braços da corrupção”. “Acredito que nesse momento Cuiabá tem que ser resgatada dos braços da corrupção. Colocar um prefeito trabalhador e honesto”, disse Mendes na ocasião.

Emanuel Pinheiro elenca uma série de outras acusações do governador no processo. Mauro Mendes já o teria chamado de “malandro de carteirinha”, disse que o prefeito de Cuiabá “está envolvido em esquema de corrupção”, que a prefeitura da Capital é um “antro de corrupção”, e que o desafeto político teria o mesmo ”fim” do ex-governador Silval Barbosa – que já foi preso.

Para Emanuel Pinheiro, as declarações de Mauro Mendes geram "constragimento ilegítimo". Cita que familiares até mesmo são prejudicados com as afirmações.

Juíza vê "guerra política" e manda TRE decidir pedido de Emanuel 

A juíza Ana Paula da Veiga Carlota Miranda, da 8ª Vara Civil de Cuiabá, encaminhou ao Tribunal Regional uma ação movida pelo prefeito de Cuiabá e candidato à reeleição, Emanuel Pinheiro (MDB), contra o governador Mauro Mendes (DEM). O emedebista quer impedir que o democrata continue a fazer críticas contra ele e sua gestão.

Em despacho nesta semana, a magistrada entendeu que os dois políticos travam uma disputa política e não seria caso de danos morais. "Com estes fundamentos, declaro a incompetência deste Juízo para o julgamento do feito, e determino a redistribuição para a Zona Eleitoral de Cuiabá, competente para análise da matéria", explicou.

Para Ana Carla, qualquer homem público deve estar preparado para receber críticas dos adversários políticos e membros da sociedade desde que não ultrpassem o bom senso. "O autor, pessoa pública, está sujeito a exposição pessoal e críticas. E em período eleitoral são frequentes os ataques pessoais aos atributos dos candidatos e oponentes políticos, principalmente quanto aos projetos, habilidades pessoais, técnicas e eventuais condutas que possam ser consideradas negativas e se submeter a algum tipo de ilícito penal", comenta.