O vereador por Cuiabá, Rodrigo Arruda e Sá (PSDB), autor do projeto de lei que institui o estudo da Bíblia nas escolas públicas e particulares, em Cuiabá, explicou que seu PL não trabalha com fé ou religiosidade, e que apenas se trata de disponibilizar a leitura de um livro milenar.
Para aumentar ainda mais a polêmica, o vereador ainda indagou - em conversa com a imprensa nesta última terça-feira (16) -, que conhecimento traria, por exemplo, a leitura do livro Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry. Ou melhor, em que o livro que completou 81 anos, em 2024 ,acrescentaria na vida do estudante.
Só para lembrar a obra já foi traduzida para mais de 250 idiomas, ficando atrás apenas da Bíblia e do Alcorão.
“Não estamos envolvendo religião, estamos tratando de um livro milenar e educacional. O projeto não é inconstitucional porque não está obrigando ninguém a fazer essa leitura e também não vai constar na grade curricular do aluno. É do mesmo jeito quando você tem ali o livro de história, de filosofia. Até vi hoje um repórter falar sobre o Pequeno Príncipe, que é um livro muito mais complicado, e que não vai acrescentar nada na vida do estudante”, disse.
Em contraposição, a bíblia - para Rodrigo -, seria uma ferramenta para formar o caráter das pessoas. “É um livro religioso para quem quer ter caráter religioso. Se você for um sábio pensador ou sábio da leitura vai olhar a Bíblia de várias maneiras. Então, depende de qual maneira você quer olhar para a Bíblia. Tudo que você vai tirar de lição para sua casa, para sua família pode tirar a lição que você quiser e bem entender. A Bíblia hoje fala sobre geografia, sobre filosofia, sobre sociologia, sobre história, sobre tantas outras coisas, assim não estamos necessariamente falando de religião”, acrescentou.
O vereador garante que se o PL for aprovado isto não vai impor a participação do estudante em aulas teológicas, ou seja, ela será opcional, de olho em respeitar a liberdade religiosa. “O projeto não fala em obrigatoriedade, é de caráter opcional, se o aluno quiser participar, ele participa, se ele não quiser, pode sair da sala de aula”, finalizou.
Já o presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Chico 2000 (PL) acha que esta proposta não é da competência do parlamentar, mas de competência do MEC e ainda que religião se discute dentro de casa.
“Particularmente, a competência para deliberar sobre educação, sobre o currículo da educação, sobre as matérias que devem fazer parte, quais os conteúdos que devem fazer parte, isso não é competência do vereador, isso é competência do MEC. O MEC é quem decide a grade curricular. Eu acho que religião você deve discutir dentro da sua casa”, disse Chico.