A concessão de escolta policial a juíza Selma Rosane de Arruda por parte do governador Pedro Taques (PSDB), causou polêmica entre os deputados estaduais na sessão plenária desta quarta-feira (13). Os deputados estaduais Zeca Viana (PDT) e Wilson Santos (PSDB) travaram uma discussão acerca da legalidade desta medida.
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O pedetista classificou a decisão do gestor tucano como “conluio eleitoral”. Para ele, o chefe do Executivo Estadual agiu com o intuito de atrair a magistrada para o seu arco de alianças no pleito de outubro deste ano, tendo em vista que ela é pré-candidata ao Senado pelo PSL.
“Isso está cheirando um conluio político para que ela fique junto com esse governador irresponsável. O governador tem que atender a população do Estado, e não juiz aposentado”, enfatizou.
Viana acredita que a decisão do Tribunal de Justiça de suspender a escolta da juíza deve ser respeitada, e ainda cita que a mesma possui um alto salário tendo assim, plenas condições de arcar com sua segurança pessoal.
“Recentemente, no Distrito de São Jose do Povo, houve uma chacina, metralharam um pai de família e eu pedi para o comandante-regional de Água Boa para que mandasse policial para lá. Pedi para o comandante-geral da PM; e não tem policial. Ela ganha muito bem e ela, se quiser andar com segurança, que pague pela segurança dela”, afirmou.
O líder do governo na Casa de Leis, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), por sua vez, rebateu as declarações de seu colega de parlamento. O tucano defendeu a postura de Taques e ainda disse não acreditar que a decisão tenha sido um afronto ao judiciário de Mato Grosso.
“A decisão do governador não foi nenhum gesto de afronta ao Poder Judiciário. Selma é um exemplo nesse país. Esta mulher colocou o ex-governador Silval Barbosa na cadeia. Ela precisa, sim, de escolta, porque continua recebendo ameaças. Ela enfrentou tubarões, barões, enfrentou gigantes do crime da corrupção em Mato Grosso”, enfatizou.
Para embasar as suas alegações, o parlamentar citou caso da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada em março deste ano, no Rio de Janeiro.
“A juíza Selma pode ser assassinada em qualquer esquina desse Estado. Há três meses, uma vereadora do Rio de Janeiro foi assassinada e ninguém sabe quem mandou matar. Esse episódio não pode se repetir em Mato Grosso. Depois, não adianta fazer moção de pesar e lamentar o assassinato de uma guerreira”, finalizou.
Após o Tribunal de Justiça suspender definitivamente a escolta policial de Selma, o governador determinou que a Casa Militar providencie a segurança da ex-magistrada. A decisão se deu nesta terça-feira (12), pouco tempo depois que a Comissão de Segurança do Tribunal de Justiça (TJ-MT) suspender por completo a segurança da juíza.