Em entrevista à Radio Cultura FM no início da semana, a secretária municipal de Mobilidade Urbana, Luciana Zamproni, disse que o projeto do VLT Cuiabano ainda estaria em fase de finalização para ser, oficialmente, apresentado ao governo federal. E que somente a partir desta fase que o Ministério das Cidades dará resposta se será possível alocar recursos ou não para o modal.
“A gente encaminhou a requalificação para o PAC, agora a equipe técnica está aí com prazo de até final de março, começo de abril para entregar esta parte mais técnica. Nós já temos alguns levantamentos feitos, que podemos aproveitar, ainda do início do projeto. Então é atualizar esses dados, esses estudos e aguardar a pré-seleção de Cuiabá para esse projeto […] Com os estudos que temos hoje não acho mais viável outro modal que não seja o VLT”, disse.
Já o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) - ao contrário de Zamproni -, veem revelando à imprensa que o modal teria sido bem aceito pelo governo federal e que teria um custo total de quase R$ 5 bilhões. O que foi desmentido pelo Ministério das Cidades por meio de nota.
Ao Governo do estado, o Ministério das Cidades afirmou que o projeto de construção do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá, não estaria aprovado. E ainda que o PAC da Mobilidade conta com orçamento máximo de R$ 14,5 bilhões e o projeto do VLT concorre com outras 376 propostas no país todo.
E que só o VLT custaria cerca de R$ 5 bilhões, ou seja, 1/3 do valor total em uma cidade de médio porte, com 427 mil eleitores, o que demonstra por si só a inviabilidade do projeto, na esfera política.
E foi pautado nesta nota que no final da semana passada, no Palácio Paiaguás, o governador Mauro Mendes (UB) classificou como ‘falácias’ a nova promessa do prefeito Emanuel Pinheiro de tentar viabilizar junto ao Governo Federal o VLT Cuiabano. Ao ainda ironizar o prefeito, afirmando que o modal seria 'igual ao restaurante giratório que ele prometeu para os 300 anos de Cuiabá' e que nunca teria saído do papel.
“Estou cansado de ver essa papagaiada feita pelo prefeito. Essa promessa de VLT Cuiabano é igual a tantas mentiras que ele contou. Nós não podemos ficar perdendo mais tempo com conversa fiada. Quem perde com essa guerra toda é a população. É um desprazer ter que perder o meu tempo e do cidadão com tanta mentira e tanta conversa fiada”,completou.
Toda a repercussão sobre a possibilidade de que haveria recurso federais para viabilizar o VLT na capital mato-grossense ganhou corpo após vídeo gravado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no último dia 8 de janeiro, onde ele aborda as melhorias que o prefeito Emanuel Pinheiro supostament estaria buscando em Brasília, em especial, para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos.
Ao reforçar o apoio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no crescimento da cidade. O projeto seguiria as especificidades do edital do Novo PAC Mobilidade Urbana, garantindo o investimento federal para transportes de alta e média capacidade, incluindo metrôs, trens urbanos e VLTs.
À partir do vídeo de Padilha, Pinheiro chegou a garantir que o projeto do VLT Cuiabano estaria sendo pré-selecionado para ser uma das obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento. E que deverá receber R$ 4,9 bilhões para viabilizar o modal. Contudo, claramente, na nota do Ministério da Cidades, foi ressaltado que sequer haveria uma data para anunciar quais dos 376 projetos serão selecionados, jogando por terra as afirmações do prefeito emedebista.