Dados divulgados pelo Núcleo de Desaparecidos da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mostram que de janeiro a setembro deste ano foram registrados 612 desaparecimentos. Desses, 56 casos ainda não tiveram solução.
Brigas, desavenças e desentendimento familiar são alguns motivos que levam as pessoas a saírem de casa sem dar notícias. Foi o caso de Larissia Francisca dos Santos, 25 anos, que - após desentendimento familiar -sumiu com o filho Danillo Filho Marques dos Santos, 1 anos e Davila Marques dos Santos, 2 anos. O trio foi visto pela última vez no dia 12 de outubro no Costa Verde em Várzea Grande. Larissia saiu apenas com a roupa do corpo, dela e das crianças, e deixou celular e outros pertences em casa.
“Qualquer informação sobre o paradeiro dos sumidos deve ser repassada á polícia pelo 197, ou (65) 3901-4823 e (65) 9 9982-7766.”
Já outros sumiços estão relacionados a criminalidade, rixa de facção e sequestros. Como é o caso de Wellington Bueno Carvalho dos Santos, 36 anos, que foi sequestrado na porta de casa por membros do Comando Vermelho. Ele foi ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e desde abril a família clama por notícias. Leia o caso de Wellington AQUI
O delegado que investiga os dois desaparecimentos, Olímpio da Cunha Fernandes Júnior, reforçou que as investigações estão em andamento. "É muito importante que as pessoas saibam que é mito ter que esperar por 24 ou 48 horas para se registrar boletim de ocorrência de desaparecimento. Os cidadãos podem e devem procurar a delegacia de polícia mais próxima quando alguém de suas relações, sejam elas íntimas ou profissionais, desaparecem sem explicação, contrariando a rotina", afirma o delegado.
Falta de Estrutura
A demora para solucionar alguns sumiços, podem estar relacionada com a falta de estrutura do órgão. Atualmente, apenas dois investigadores e uma escrivã trabalham no DHPP em Cuiabá.
De acordo com o delegado 90% dos casos são esclarecidos, mas ainda falta mais estrutura para o Núcleo. “Não temos um delegado específico para o núcleo. Atualmente, estou acumulando as funções de investigações da delegacia. Temos poucos investigadores e poucos escrivães”.
Outro lado
Sobre a falta de estrutura do núcleo, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) disse que reconhece o deficit de delegados e servidores nas unidades e que a situação está sendo monitorada, mas que a prioridade no momento é restabelecer o equilíbrio fiscal e, por isso, não há previsão orçamentária para novos concursos.
Facebook ajuda a polícia
Para ampliar a divulgação de pessoas desaparecidas, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP), da Polícia Judiciária Civil (PJC), está com uma página no Facebook, com o perfil: Desaparecidos - Polícia Civil Mato Grosso.
A ideia de criar a página na rede social foi da delegada Sílvia Virgínia Biagi Ferrari. “Com esta ferramenta, não se lança mão de nenhum recurso. A página criada no Facebook será de extrema utilidade para que sejam veiculadas fotografias e informações, para que as pessoas que se encontram desaparecidas sejam localizadas”, disse.
Para a delegada, o alcance das redes sociais poderá, além de auxiliar no trabalho de localização de pessoas, também prevenir ocorrências de crimes, punindo os autores, caso ocorram.
O Núcleo de Desaparecidos da DHPP auxilia na busca de pessoas somente nos casos registrados na região metropolitana. No entanto, presta apoio às unidades do interior do estado, caso seja requisitado e também a outros estados, uma vez que a troca de informações é fundamental no processo de levantamento e cruzamento de dados.