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POLÍTICA Sexta-feira, 28 de Junho de 2019, 10:45 - A | A

Sexta-feira, 28 de Junho de 2019, 10h:45 - A | A

PRESSÃO NO GOVERNO

Ao conhecer terminal do VLT, Misael diz que viu um “cemitério de vagões”

Ana Adélia Jácomo e Rafael Medeiros

Rafael Medeiros

misael galvão

 

Os presidentes das Câmaras de Vereadores de Cuiabá e Várzea Grande, Misael Galvão (PTB) e Fábio Tardin (DEM), se uniram para pressionar o governador Mauro Mendes (DEM), pela retomada das obras do Veículo Leve sob Trilhos (VLT), que estão paralisadas desde 2014 e já consumiram R$ 1,6 bilhão dos cofres públicos.

 

Durante vistoria realizada nesta sexta-feira (28), Misael chegou comparar o terminal, localizado em frente ao Aeroporto Marechal Rondon, como um “cemitério de vagões”. Participaram da vistoria vereadores, o promotor de Justiça Mauro Poderoso, membros do Tribunal de Contas do Estados (TCE), Conselho Regional de Engenharia (CREA-MT), técnicos da prefeitura e o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá, Juarez Silveira Samaniego. 

 

“Estou vendo uma estrutura completamente abandonada, parecendo um cemitério de vagões. É questão de respeito com o povo, e se eu falar mais vou chorar, porque sou emotivo. Tenho sentimento e estamos sentindo na pele. Pude ver que é uma estrutura muito grande. Eu não conhecia aqui, assim como grande parte da população não conhece. É muito grande e é um absurdo mais de R$ 1 bilhão de reais largado e abandonado”, disse Misael, que é presidente da Câmara e já foi suplente em 2012 por 4 meses.

 

Ele afirmou que defende o VLT por ser um transporte melhor, com maior sustentabilidade e até porque as cidades já pagaram pelo modal. De acordo com ele, o governo recebeu convite para participar da vistoria, mas não houve adesão de nenhuma pasta. “Mauro foi prefeito de Cuiabá e está com a ‘caneta’ agora e tem nosso apoio para entregar essa obra. Já foi pago”. avenida da feb- vlt

 

Tardin afirmou que as Câmaras farão audiências públicas, fórum, pesquisas de opinião, e o que for necessário para buscar informações mais concretas do Governo do Estado. Ele apontou sobre a urgência na resolução da obra.

 

 

“O tanto de dinheiro parado e a população morrendo naquele ‘gelo baiano’ (blocos de concreto). A obra quebrou muitos empresários e não podemos ficar parados sem falar nada. Não podemos mais aguardar. A justiça já liberou e o Governo tem que tomar uma posição”, completou ele. 

 

O OUTRO LADO

 

O governador Mauro Mendes disse que irá se pronunciar sobre os rumos do VLT na segunda semana de julho, provavelmente dia 8. O prazo foi apresentado após o Tribunal de Justiça (TJMT), negar recurso do Consórcio VLT e manter a rescisão unilateral do contrato com o Governo do Estado. 

 

Até que o prazo seja finalizada o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Infraestrutura, disse nesta sexta-feira que não irá se pronunciar sobre o VLT.

Reprodução/Assessoria

VLT

 

MODAL EMPACADO 

 

Ocorre que o VLT estava envolto em um imbróglio judicial desde que o então governador Pedro Taques (PSDB) decidiu romper o contrato após a Polícia Federal deflagrar operação Descarrilho que apurou pagamento de propina e possíveis fraudes no contrato do modal.  

 

O Consórcio ingressou com mandado de segurança, com pedido de liminar, na Justiça para tentar derrubar a rescisão. O recurso está em votação desde agosto de 2018. 

 

Segundo a PF, durante a investigação foram colhidos elementos de prova pelo Ministério Público Federal e pela Polícia que apontam indícios de acertos de propina com representantes de empresas integrantes do Consórcio VLT, bem como desvio de recursos por intermédio de empresas subcontratadas pelo consórcio. 

 

 ex-governador Silval Barbosa, em delação premiada, contou que combinou com o Consórcio que as propinas seriam pagas no montante de 3% do valor pago pelo Estado.

 

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Fotos: Rafael Medeiros, Francinei Marans e Jean Jazz