(Foto: Ilustração)
O deputado federal José Medeiros (Podemos) usou sua conta no Twitter, para aconselhar o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, a fugir do país, pois, segundo o parlamentar, no ordenamento jurídico aponta que ele teria cometido crime de receptação.
No último mês, o site The Intercept vazou trechos de conversas entre o ex-juiz federal, atual ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro e o procurador da República, Deltan Dallagno,l trocando informações relativas a Operação Lava Jato.
“O crime está ali cristalino preto no branco. Entretanto, as coisas começam a se complicar, ele abusa da sorte”
Na semana passada, após a deflagração da Operação Spoofing, a Polícia Federal prendeu quatro pessoas suspeitas de terem invadido o celular de Moro e outras autoridades. Um dos detidos disse à polícia que seria a fonte que repassou os diálogos ao jornalista.
Segundo Medeiros, Greenwald não foi preso porque “é famosos, poderoso e tem poder de pressão”.
“O crime está ali cristalino preto no branco. Entretanto, as coisas começam a se complicar, ele abusa da sorte”, diz trecho da publicação. [Veja o tweet do deputado no final da matéria]
Após o vazamento das conversas, Medeiros e Greenwald trocaram farpas pelo Twitter. Medeiros questionou os seus seguidores porque Gleen ainda estava solto.
Em seguida, o jornalista postou uma matéria que lembrava o fato de Medeiros, que era suplente de Pedro Taques (PSDB), ter o mandato cassado por unanimidade pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Conforme divulgado à época, o TRE entendeu que houve fraude na ata da convenção partidária, e a posição dos suplentes de Taques teria sido invertida. Mas Medeiros não deixou por menos e acusou o jornalista de arapongagem.
Ambos tiveram outro atrito durante depoimento do jornalista na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal. Medeiros se dirigiu ao jornalista como “parceiro sexual” do deputado David Miranda (PSOL-RJ).
A declaração foi considerada pelos colegas parlamentares e pelo público como homofóbica.