O melhoramento genético de bovinos é um dos pilares para o desenvolvimento de uma pecuária mais eficiente e rentável. Com a combinação de tecnologias avançadas, inclusive como o uso da inteligência artificial (IA), análise de dados genéticos e biotecnologia, claro sem deixar de se usar o olho do boiadeiro, é possível criar rebanhos mais produtivos, que atendam as necessidades do mercado e capazes de atender a uma demanda crescente por rendimento de carcaça, aliada a carne de alta qualidade.
O melhoramento genético é um caminho sem volta, e quem dele não fizer uso inevitavelmente irá deixar a atividade. O filho melhor do que o pai. Esse é o objetivo. Sair de um boi abatido com 20@ aos 36 meses para 22@ com 20 meses é fruto do melhoramento genético. Mas, não é simples assim, pois para se melhorar há de se descartar. A paixão não combina com a razão. Para se atingir o objetivo não cabe a chance, pois os prazos na pecuária são muito longos. A confirmação do acerto ou do erro se dá no mínimo após 24 meses da implantação da estratégia. Portanto, se cercar das mais diversas tecnologias disponíveis e assessorias, é uma obrigação.
É imperioso citar que sem os programas de avaliação genética não se tem como guiar em busca do objetivo. O nosso GPS, que associado à genômica, permitem prever o desempenho dos animais com uma acurácia muito maior, o que reduz os custos e os riscos. E a segurança conferida pelos Programas têm como elementos basilares a criteriosa avaliação intrarrebanho feita pelos pecuaristas associada ao uso da inteligência artificial (IA), pois permite a análise de grandes volumes de dados genéticos.
Assim, é fato que a IA, em particular, tem sido fundamental para a análise de dados complexos, proporcionando uma seleção mais rápida e precisa de touros e matrizes melhoradores.
Além disso, as plataformas digitais e as ferramentas baseadas em IA permitem que as fazendas monitorem o desempenho de seus rebanhos em tempo real, ajustando práticas de manejo de acordo com as necessidades específicas de cada animal, desde o consumo por animal, idas ao cocho e ganho de peso individual. Isso torna a produção mais eficiente e sustentável.
Este é o caminho natural e sem volta para a produção dos touros melhoradores, elemento este que exerce papel fundamental na alavancagem da pecuária nacional. Para que a vaca possa parir a carne de cada dia, há de ser emprenhada e no Brasil mais de 75% das vacas estão no processo de monta natural. Mas, infelizmente, mais da metade deste percentual recebem o espermatozóide de um “boi de boiada”, ou seja, de um macho “bonito” desprovido de qualquer avaliação genética. Se fazendo uso de touros que são criteriosamente submetidos a rigoroso processo de avaliação genética pode-se errar, o que se falar do “boi” que escapou de ir para o frigorífico e cumprir o papel de reprodutor da fazenda?? Não cabe mais isso. A pecuária não admite mais isso. As margens são muito apertadas, sem embargo do monopólio da indústria frigorífica.
O Boiadeiro precisa deixar de lado a resistência. Hoje é muito fácil o acesso aos touros melhoradores. As vendas são online e com entrega realizada em qualquer rincão do país. Não existem mais fronteiras para a pecuária de precisão.
A busca por touros de qualidade é, portanto, uma das estratégias mais eficazes para melhorar a rentabilidade da pecuária. Ao optar por touros com boa performance genética, é possível otimizar o processo de produção de carne, garantindo um produto de alto padrão e atendendo às exigências do mercado, colocando, por óbvio, mais dinheiro no bolso daquele que de sol a sol trabalha na indústria a céu aberto.
Enfim, engana-se quem pensa que investir em touros e matrizes de qualidade genética é algo exclusivo para grandes produtores. A tecnologia está disponível para todos. Investir em genética não é apenas uma escolha para grandes fazendas, mas uma estratégia eficaz para qualquer produtor que busque melhorar sua produtividade e rentabilidade de forma sustentável.
Fábio MelloAdvogado, Pecuarista, CEO Genética Conquista